Entenda os mecanismos de segurança que mantêm a blockchain segura

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Existem razões técnicas por trás da segurança, velocidade e eficácia da blockchain. Por esse motivo, instituições tradicionais estão abandonando seus mecanismos de segurança antigos e os substituindo por soluções mais escaláveis e inteligentes.

Entendê-los é  importante para que os investimentos em infraestrutura sejam feitos de maneira consciente, ajudando empresários que buscam elevar os negócios a um próximo nível.

Mecanismos de segurança blockchain

sistemas com blocos e códigos ao fundo com um cadeado brilhante a frente, ilustrando o conceito de mecanismos de segurança da tecnologia blockchain
Imagem gerada por Inteligência Artificial

A base da segurança desta tecnologia pode ser explicada conforme alguns conceitos básicos, tais como:

Hashing

Cada bloco retém um determinado número de informações da rede. Todos possuem uma hash única e inalterável, como uma espécie de “número de registro”. De maneira simplificada, qualquer alteração em um bloco já consolidado comprometeria o funcionamento da rede inteira, uma vez que o seu funcionamento depende do alinhamento preciso entre todas as informações anteriormente registradas.

Quanto mais transações forem registradas na blockchain, mais segura ela se tornará. Isso porque o grau de complexidade criptográfica se torna maior conforme a rede é preenchida com novas informações. 

Chaves públicas e privadas

Toda transação em blockchain é assinada digitalmente por meio de chaves criptográficas. Imagine a chave pública como um endereço para que se possa receber correspondências, enquanto a chave privada seria a chave para entrar no domicílio.

Para receber transferências, é necessário compartilhar a chave pública com terceiros. Já a chave privada permite acessar todos os fundos  em uma carteira de criptomoedas; logo,  ela não deve ser compartilhada com outras pessoas.

Registro público

Ecossistemas descentralizados disponibilizam plataformas que permitem aos usuários acompanharem cada transação registrada na rede. Por exemplo: todas as movimentações feitas com bitcoin (BTC) podem ser monitoradas, em tempo real, através do blockchain.info.

Estas são as informações que podem ser conferidas em um explorador de blockchain:

  • Hash da transação;
  • Data e hora da movimentação;
  • Endereço de origem e destino;
  • Valor negociado;
  • Taxa de rede (cobrada para concluir a movimentação);
  • Número de confirmações necessárias para executar a ordem;
  • Bloco em que a transação foi realizada.

É importante mencionar que estas são informações gerais, presentes na maioria dos projetos descentralizados. Em soluções centralizadas, por questões de privacidade e segurança, podem haver variações.

Para ilustrar como a blockchain gerencia essas informações, é preciso entender como funcionam os protocolos de consenso. Existem vários deles, estando os principais listados a seguir.

Protocolos de consenso e segurança blockchain

Trata-se de um conjunto de regras pré-definidas que determina de que forma os nós de rede (dispositivos que colaboram com o seu funcionamento e validam transações) chegam a um acordo sobre a conclusão das movimentações.

Cada rede possui critérios específicos para que todos os nós tenham acesso à mesma visão sobre o histórico das transações. Da mesma forma, esses mecanismos evitam que as movimentações sejam duplicadas.

Estes são os protocolos de consenso mais consolidados até o momento:

Proof-Of-Work (PoW)

Também conhecido como Prova de Trabalho, ele funciona com vários computadores ligados à blockchain, com a finalidade de validar transações, construir novos blocos e proporcionar segurança e velocidade.

O bitcoin foi o pioneiro nesta dinâmica. Desde o lançamento, em janeiro de 2009, a rede permanece intocada contra ataques cibernéticos, comprovando que o PoW é um mecanismo seguro e transparente.

Por outro lado, a rede do bitcoin é limitada em termos de escalabilidade e velocidade, sendo capaz de registrar cerca de sete transações por segundo. Uma performance baixa como essa exige soluções de terceiros para que o ativo possa ser utilizável em larga escala, a exemplo da Lightning Network, que permite transações instantâneas de BTC com baixas taxas.

Proof-of-Stake (PoS)

No mecanismo de Prova de Participação, mineradores bloqueiam parte do seu saldo em carteiras específicas para criar blocos e validar transações. Cada blockchain que opera em PoS exige um saldo mínimo específico para que o usuário se torne um validador.

Como recompensa, os mineradores recebem moedas periodicamente pela sua colaboração. Além disso, quanto mais ativos estiverem aplicados, maiores serão as chances de validar novos blocos. 

Uma das vantagens deste mecanismo de consenso é a economia de energia. Desde que o Ethereum realizou uma das suas maiores atualizações, intitulada “The Merge”, a rede passou a utilizar 99% menos eletricidade do que quando operava em PoW. A partir de agora, o ecossistema poderá alavancar a sua escalabilidade de maneira gradual com mais facilidade.

Delegated Proof-of-Stake (DPoS)

A diferença entre este mecanismo e o anterior está na seleção de delegados, ou seja, os responsáveis por selecionar usuários para validar blocos e transações. Portanto, não basta ter saldo suficiente para colaborar com a rede: um grupo de jurados deve concordar com  a participação.

Uma característica essencial sobre este mecanismo é que ele é necessariamente menos descentralizado que o PoS. Afinal, a confiança fica concentrada em um grupo específico.

Proof-of-Authority (PoA)

O modelo de Prova de Autoridade busca a validação de blocos por meio de indivíduos pré-selecionados de entidades consideradas confiáveis.

Empresas que precisam de soluções blockchain privadas, mais ágeis e escaláveis, podem tirar bastante proveito deste modelo de consenso. Assim como no PoS ou no DPoS, o consumo de energia é baixo e a escalabilidade costuma ser alta.

Em alguns casos, é necessário que os novos integrantes da rede bloqueiem uma quantidade específica de moedas para colaborar com o ecossistema. Porém, a obrigatoriedade e/ou o volume mínimo necessário para tal finalidade pode ser mais flexível.

Proof-of-History (PoH)

Criado por Anatoly Yakovenko, o mecanismo Prova de História não depende de um consenso distribuído para validar as transações. Em vez disso, o PoH faz uso de algoritmos criptográficos que criam marcas de tempo verificáveis em cada bloco.

Diferentemente do PoW, este protocolo não exige a resolução de cálculos matemáticos para a geração de novos blocos. Seu potencial de escalabilidade é um dos maiores, visto que não há a necessidade de um consenso distribuído.

Entretanto, é importante mencionar que se trata de um método recente, que ainda não tem a credibilidade do teste do tempo como PoW ou PoS. A Solana (SOL) é um exemplo de ecossistema que utiliza o PoH e que foi atacado e ficou vulnerável. A Plasma, uma rede paralela (sidechain) do Ethereum, também experimenta o protocolo.

Mixer de criptomoedas: como funciona?

É um tipo de serviço que busca aumentar a privacidade das transações blockchain. De maneira simplificada, ele mistura o saldo selecionado pelo usuário em um único pool (ou “cooperativa” de mineradores).

Os ativos são misturados com os de outros participantes da rede e, depois de algum tempo, são novamente disponibilizados em carteiras diferentes. Isso é especialmente interessante para quem precisa proteger a identidade contra maus atores.

Contudo, nenhuma transação é completamente irrastreável: os mixers apenas aplicam inúmeras camadas de complexidade até que possíveis investigadores sejam capazes de monitorar a origem do dinheiro.

Whir, Mixero e Wasabi Wallet são alguns exemplos de mixers cripto disponíveis.

Segurança blockchain traz novidades

De tempos em tempos, desenvolvedores em todo o mundo se unem para construir novos protocolos de consenso e soluções de camada dois para proporcionar novas funcionalidades e formas de construir ativos digitais.

Quanto maior a concorrência, mais saudável fica o mercado financeiro. Não sem motivo, as finanças tradicionais estão cada vez mais integradas com a Web3 devido à segurança blockchain. Entretanto, empresas que desejam implementar a tecnologia blockchain nos negócios precisam escolher alternativas com segurança comprovada para não comprometer as operações.

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  • 7 de Janeiro, 2025