FMI pede aumento de 85% em impostos sobre eletricidade para mineradores de criptomoedas

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) sugeriu na última quinta-feira (15) que um aumento significativo nos impostos sobre o consumo de energia para mineradores de criptomoedas poderia ter um papel importante na redução das emissões globais de carbono.

De acordo com a entidade, uma elevação de até 85% nas taxas de eletricidade voltadas para a mineração de criptoativos poderia gerar US$ 5,2 bilhões em receita anual para os governos. Além disso, poderia reduzir em cerca de 100 milhões de toneladas as emissões de carbono. Esse volume é comparável às emissões anuais da Bélgica.

A proposta surge em um momento em que mineradores, especialmente os de menor porte, enfrentam dificuldades para manter a lucratividade devido ao evento de halving do Bitcoin em abril. O evento cortou pela metade as recompensas pela mineração, aumentando a pressão por operações mais eficientes.

FMI quer aumentar imposto para mineração de criptomoedas

Ainda não está claro se tal aumento de impostos resultaria diretamente na redução das emissões. Afinal, muitos mineradores tendem a buscar alternativas em países onde os custos de eletricidade são mais baixos e as regulamentações são menos rigorosas. Apesar disso, o FMI argumenta que a medida poderia alinhar o setor de criptomoedas com os objetivos globais de combate às mudanças climáticas.

Além das criptomoedas, o FMI também destacou o impacto ambiental dos centros de dados usados para inteligência artificial (IA). A organização sugere que um imposto específico de US$ 0,032 por quilowatt-hora sobre o consumo de energia desses centros poderia gerar até US$ 18 bilhões por ano. Isso porque as localizações desses centros geralmente utilizam eletricidade mais limpa em comparação com os mineradores de criptomoedas.

De acordo com estimativas do FMI, as operações de mineração de criptomoedas e os centros de dados de IA combinados representam atualmente 2% do consumo global de eletricidade e quase 1% das emissões globais de carbono. Se as tendências atuais continuarem, ambas as indústrias podem consumir tanta energia quanto o Japão, o quinto maior consumidor de eletricidade do mundo, dentro dos próximos três anos.

O FMI prevê que, até 2027, a mineração de criptomoedas sozinha poderá ser responsável por 0,7% das emissões globais de dióxido de carbono. Nesse sentido, a implementação de um imposto de US$ 0,047 por quilowatt-hora sobre a eletricidade utilizada pelos mineradores poderia ajudar a diminuir as emissões de carbono de forma significativa.

Aumento em até 85%

Caso se leve em consideração os impactos mais amplos da poluição do ar na saúde, esse imposto poderia subir para US$ 0,089 por quilowatt-hora. Isso representaria um aumento de 85% nos custos de eletricidade para os mineradores.

No entanto, o FMI ressaltou que essa medida precisaria ser coordenada globalmente. Isso para evitar que mineradores migrem para outras jurisdições com regras mais brandas. Uma eventual migração poderia enfraquecer os esforços de mitigação das emissões.

Por fim, a organização reconheceu que um movimento conjunto entre os países seria crucial para o sucesso dessa iniciativa. Isso porque garantira que a mineração de criptomoedas contribua para a luta contra as mudanças climáticas.

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  • 18 de Agosto, 2024