Fundação Ethereum divulga roteiro para os próximos 10 anos do ETH
A Fundação Ethereum divulgou nesta sexta-feira (1º) um roteiro para os próximos 10 anos da rede Ethereum. O projeto, batizado de “Lean Ethereum”, apresenta uma visão clara: escalar massivamente a rede, garantir segurança contra ameaças futuras, como computadores quânticos, e manter a descentralização como prioridade absoluta.
De acordo com a Fundação, o objetivo é se tornar o pilar central do que chamam de “internet de valor”. Ou seja, uma base digital capaz de segurar trilhões de dólares em ativos ao longo dos séculos, mesmo sob pressão de governos, crises e avanços tecnológicos extremos. A ideia é que, se a internet estiver de pé, o Ethereum também estará. Isso foi chamado no texto de “fort mode” — ou modo fortaleza.
Mas, ao mesmo tempo, o projeto também prevê um Ethereum ofensivo, com altíssimo desempenho. O chamado “beast mode” visa escalar a rede com metas extremamente agressivas: 10 mil transações por segundo (TPS) na camada 1 e até 1 milhão de TPS nas soluções de camada 2, como rollups.
Mas isso só será possível com avanços na criptografia e novas técnicas de execução, como zkVMs em tempo real e amostragem de disponibilidade de dados (DAS).
Para isso, a Fundação propõe três atualizações centrais na arquitetura do Ethereum:
- Lean Consensus (consenso enxuto): uma evolução da atual Beacon Chain, voltada para finalidade rápida e segurança máxima, incluindo resistência a ataques quânticos.
- Lean Data (dados enxutos): aprimoramentos nos blobs de dados, agora com blocos pós-quânticos e ajustes finos de tamanho, aproximando a experiência de desenvolvedores do modelo de calldata.
- Lean Execution (execução enxuta): uma revisão completa da EVM (Máquina Virtual Ethereum), que poderá ser substituída por uma versão mais leve e compatível com provas de conhecimento zero (SNARKs), possivelmente baseada na arquitetura RISC-V.
Futuro do Ethereum

Essas mudanças buscam resolver um dilema antigo: como escalar sem sacrificar a descentralização. Agora, com avanços em criptografia, os desenvolvedores acreditam que é possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
A Fundação Ethereum adotou a criptografia baseada em hash como o “tijolo” fundamental da nova fase da rede. Essa tecnologia resolve dois desafios centrais: protege contra ameaças quânticas e acelera as execuções com SNARKs, permitindo validar transações com segurança extrema e alta velocidade.
Além de apresentar avanços técnicos, o anúncio trouxe um forte tom emocional, revelando um compromisso geracional com a continuidade e evolução do Ethereum.
A Fundação descreve o Lean Ethereum como uma espécie de juramento geracional. Trata-se de um compromisso de manter a rede viva, acessível e segura para as próximas gerações de usuários.
Nos próximos meses, a comunidade pode esperar uma série de publicações técnicas detalhadas, começando por um mergulho nas assinaturas pós-quânticas e nas SNARKs baseadas em hash. A Fundação também reforça que diferentes opiniões são bem-vindas e até esperadas, pois a diversidade de visões fortalece a evolução do protocolo.
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