Fundação Solana processa validadores envolvidos em ataque
A Fundação Solana iniciou uma ação severa contra uma série de “ataques sanduíche” (Sandwich Attack) que aconteceram na rede. De acordo com a Fundação, uma dessas medidas foi remover de seu programa de delegação validadores que se envolveram no ataque.
Esta decisão, descrita como final, foi anunciada por Tim Garcia, líder de relações com validadores de Solana, no servidor Discord da Fundação.
Sandwich Attack
Em um ataque sanduíche, um trader mal-intencionado escolhe uma rede para atacar. Em seguida, procura uma transação pendente na blockchain. Ao encontrá-la, o trader colocando um pedido antes da transação pendente e outro imediatamente depois. Dessa forma, a transação fica “espremida”, o que dá o nome do ataque
O invasor posicionará a primeira transação pendente entre um front-run e um back-run, ambos ocorrendo simultaneamente, para manipular o preço do ativo. Se ele consegue fazer essa manipulação, pode lucrar com a diferença em detrimento dos demais operadores.
Mert Mumtaz, cofundador do provedor RPC Helius, explicou que a medida da Fundação Solana visa proteger os usuários da rede dessas práticas de exploração. De acordo com Mumtaz, o ataque sanduíche pode causar grandes prejuízos aos investidores.
Alerta dado pela Fundação Solana
Em 7 de maio de 2024, a Fundação Solana já havia proibido explicitamente esse tipo de ataque. No entanto, membros da equipe confirmaram que alguns validadores realizaram um ataque sanduíche ainda na semana passada.
Diante do caso, Garcia enfatizou a postura inabalável da Fundação contra o ataque e tomou a iniciativa de expulsar os infratores.
“Operadores envolvidos em atividades maliciosas, como participar de um mempool privado para transações de ataque sanduíche ou de outra forma prejudicar usuários Solana, não serão tolerados pelo programa de delegação”, explicou.
Além disso, Garcia destacou que a Fundação Solana tomaria ações semelhantes caso o problema persista no futuro. Ou seja, se os ataques continuarem, eles continuarão expulsando validadores da rede.
O Programa de Delegação da Fundação Solana foi estabelecido para ajudar os validadores a operar de forma eficaz, delegando tokens SOL a eles. Consequentemente, elimina a necessidade de os validadores manterem eles próprios uma quantidade significativa de tokens.
Os validadores são escolhidos com base no seu desempenho, mas a sua participação requer adesão a expectativas específicas e boas práticas. E uma dessas práticas é evitar ações e golpes que prejudiquem a atividade da Solana.
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O que mudou para esses validadores?
Apesar da remoção do programa de delegação, os validadores envolvidos em ataques sanduíche ainda podem contribuir para a blockchain. Só que eles não receberão mais SOL oriundos do programa, o que na prática elimina o incentivo financeiro deles.
Quando os validadores manipulam a ordem das transações para maximizar os lucros, a rede como um todo sofre problemas de rentabilidade. Como resultado, os validadores que executam a ação se beneficiam das alterações, mas os demais usuários podem ter que pagar mais caro para comprar SOL, por exemplo.
O anúncio de Garcia destacou o compromisso da Fundação em fazer cumprir regras contra tais práticas de exploração. O objetivo é manter um ambiente justo e confiável para todos os usuários do Solana. Ao remover o apoio dos validadores envolvidos nestes ataques, a fundação espera impedir futuras atividades maliciosas e manter a integridade da rede.