Fundos de cripto registram primeira grande saída do ano e perdem US$ 415 milhões
A segunda semana de fevereiro ficou marcada pela primeira grande retirada dos produtos de investimentos em cripto do ano. Após acumular US$ 29,4 bilhões em entradas ao longo de 19 semanas consecutivas, os fundos tiveram um saldo negativo de US$ 415 milhões em saídas.
Analistas colocam na conta do Fed, o Banco Central dos Estados Unidos, a fuga de capitais dos fundos, além da preocupação dos investidores com a inflação.

De acordo com o relatório semanal da CoinShares, grande parte das retiradas aconteceu nos produtos de Bitcoin negociados na bolsa. Entre os dias 10 e 16 de fevereiro, investidores retiraram US$ 430 milhões desses produtos – que envolvem essencialmente ETFs de Bitcoin à vista.
As saídas podem ser explicadas pelas notícias que vieram de Washington no final da última semana. Em reunião com o congresso dos EUA, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que não tem pressa em reduzir os juros. Entre os motivos, Powell destacou a inflação que demora a ceder.
Fundos de cripto vs. FED
Como lembra o relatório, o Bitcoin é altamente sensível à política fiscal, dado que funciona como seu principal valor como reserva. Como não tem como competir com os títulos públicos americanos em um contexto de taxa alta – dado que são mais seguros e estáveis – os produtos de Bitcoin sofrem com a fuga de capitais de investidores, especialmente, dos Estados Unidos.
Isso pode ser visto nos dados. Somente investidores do país retiraram US$ 464 milhões dos produtos de Bitcoin negociados em bolsa. Em contraste, Alemanha, Suíça e Canadá registraram entradas de US$ 21 milhões, US$12,5 milhões e US$ 10,2 milhões, respectivamente.
Investidores australianos também foram às compras, adquirindo US$ 2,3 milhões desses fundos. O Brasil, que segue a tendência dos investidores americanos, registrou saídas, mas em um volume muito menor: US$ 2,1 milhões. Da mesma forma, investidores de Hong Kong retiraram US$ 4 milhões dos fundos de cripto.
Por outro lado, o relatório destaca que o saldo só não foi mais negativo para os produtos de investimentos em cripto, porque fundos de outras criptomoedas se destacaram.
Os fundos de Solana, por exemplo, tiveram entradas de US$ 8,9 milhões no período. Enquanto isso, os fundos de XRP registraram US$ 8,5 milhões em entradas. Sui (US$ 6 milhões), Litecoin (US$ 1,2 milhão) e Cardano (US$ 1,9 milhão) fecham a lista de responsáveis pela diminuição do prejuízo para os fundos de cripto.
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