Fundos de hedge recuam diante das oscilações das criptomoedas, mostra pesquisa
O ano de 2023 não tem sido ruim para as criptomoedas até agora. O Bitcoin, por exemplo, já valorizou cerca de 80% até agora no ano. Mas, mesmo assim, os fundos de hedge tradicionais, não especializados em criptoativos, parecem estar receosos com o mercado cripto.
Uma pesquisa recente da PWC e da Alternative Investment Management Association (AIMA) mostrou que a proporção de fundos de hedge tradicionais que investem em criptoativos caiu de 37% em 2022 para 29% este ano. Cerca de 25% dos investidores disseram que o aumento da incerteza sobre a regulamentação do setor nos EUA pode levá-los a reconsiderar a classe de ativos por completo.
Conforme noticiou o CriptoFácil, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) está processando duas das maiores exchanges de criptomoedas do mundo, a Binance e a Coinbase. Além disso, outros reguladores de estados do país estão apertando o cerco contra empresas de ativos digitais. Diante disso, várias empresas já encerraram suas operações nos EUA, como a CoinEX, por exemplo.
Esses processos fizeram os preços das criptomoedas recuarem, mas o cenário mudou quando a BlackRock pediu à SEC autorização para lançar um ETF de Bitcoin à vista (spot) – pedido que ainda não foi analisado.
Pressão dos reguladores sobre criptomoedas
Ainda segundo o documento, os eventos de mercado do ano passado, como a falência da FTX, afetaram as decisões de investimento de mais de 70% dos 59 fundos de hedge pesquisados. Ao todo, esses fundos administram US$ 280 bilhões em ativos.
“O espaço de ativos digitais teve que reconhecer deficiências em suas operações fundamentais. Isso inclui gerenciamento de riscos, bem como alegações de má conduta corporativa”, disse o presidente-executivo da AIMA, Jack Inglis, no relatório.
A pesquisa relevou também que os fundos de hedge tradicionais, que evitavam negociar em criptomoedas, disseram que os impedimentos incluíam risco de reputação, falta de orientação clara de reguladores e autoridades fiscais e dados não confiáveis.
Mais da metade dos entrevistados que ainda não usam cripto disseram que esperam por mais atualizações relacionadas à regulação.
Bitcoin e Ether
Por fim, o levantamento mostrou que os fundos de hedge que são investidos em criptomoedas usam principalmente Bitcoin e Ethereum. As estratégias de fundos de hedge que investem em criptoativos incluem multiestratégia (41%), sistemática (29%), macro (12%) e patrimônio (12%).
Quase metade dos fundos de hedge que já negociavam cripto disseram que colocariam mais dinheiro. No entanto, observaram que o investimento em cripto representa apenas 2% dos ativos sob gestão.