‘Guerra de ETFs’ entre Bitcoin e Ethereum? Bitwise responde
Os Estados Unidos ainda não aprovaram um ETFs à vista (spot) de Bitcoin (BTC), mas já há um grande interesse em torno desses produtos. Por outro lado, o interesse por fundos negociado em bolsa de Ethereum (ETH) ainda está “engatinhando”.
A BlackRock, por exemplo, somente agora arquivou seu pedido para um ETF de ETH. E alguns especialistas estão questionando se um fundo de ETH impactará o mercado tanto quanto um equivalente de BTC.
De acordo com a Bitwise, maior gestora de fundos de índice de criptomoedas do mundo, a resposta é “não”. Juan León, analista de ETFs da empresa, afirmou que o efeito de rede é um dos motivos. Ou seja, os investidores conhecem mais o Bitcoin do que o Ethereum, o que deve dar mais tração ao ETF de BTC.
Não ligam para o ETH?
De acordo com Leon, muitos investidores institucionais se tornaram mais informados e até receptivos ao BTC como um ativo de investimento. No entanto, o mesmo não se aplica ao ETH, cujo valor ainda é desconhecido no mercado tradicional. Os investidores conhecem o Ethereum, mas ainda não identificaram seu papel como ativo.
“Mesmo os investidores que conseguem diferenciar os dois têm dificuldade em pensar sobre seu lugar em um portfólio. Os consultores explicam o BTC como uma alocação semelhante ao ouro, o que facilita. Sobre o ETH, eles tendem a classificá-lo como uma alocação semelhante a uma ação de tecnologia de alto crescimento”, explicou León.
O diretor de investimentos da Bitwise, Matt Hougan, apontou isso como uma das duas razões pelas quais os ETFs de BTC influenciarão o preço do Bitcoin mais fortemente do que o ETH. “É provável que o BTC seja o primeiro e absorva a maior parte do oxigênio”, escreveu ele no X na quinta-feira.
Hougan acrescentou que a utilidade do Bitcoin também está melhor alinhada com o que um ETF realmente oferece. “O aplicativo matador do Bitcoin hoje é uma forma de armazenar riqueza fora do sistema fiduciário”.
Por outro lado, o que chama a atenção do ETH é o seu uso na rede. Mas essa característica não é tão forte a ponto de se replicar em um ETF.
O Ethereum é amplamente visto como mais programável que o Bitcoin, permitindo que a rede hospede aplicações mais complexas. Já o token ETH tem sido frequentemente chamado de “combustível digital” que alimenta essa rede, uma vez que é necessário para executar transações.
Interesse de longo prazo
Na medida em que os consultores financeiros compreendem o ETH, Leon afirma que eles conseguem identificar os seus méritos, particularmente para o staking. A modalidade de mineração pode dar fluxos de caixa “semelhantes a dividendos”, algo que o BTC não tem.
Embora reconheça os fracos fluxos de entrada para fundos baseados no ETH este ano, o analista acredita que o interesse institucional crescerá no longo prazo. Dessa forma, pode ser uma questão de tempo até um ETF de ETH surgir no mercado.
As baixas entradas para os ETFs de futuros de ETH em outubro, por exemplo, foram devidas aos volumes historicamente baixos do mercado no momento do lançamento, combinados com a atenção em volta do julgamento do ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried.