Guia para iniciantes: como começar em programação blockchain?

Share

De acordo com o Valor Econômico, o número de ofertas de emprego em programação blockchain cresceram 518% em todo o mundo. O levantamento, feito pelo instituto The Burning Glass, levou em consideração a evolução do mercado de trabalho nos últimos cinco anos.

Com a adoção massiva da tecnologia, conhecê-la deixará de ser algo opcional aos profissionais de TI e, quanto antes os candidatos puderem adquirir conhecimentos sobre o tema, melhor será para que as suas habilidades continuem atualizadas e relevantes.

Principais linguagens de programação blockchain

Conhecer as programações blockchain mais utilizadas é essencial para direcionar os esforços necessários de acordo com a necessidade de cada profissional. Para simplificar o processo, esses ecossistemas serão enumerados a seguir, bem como as linguagens de programação mais utilizadas em cada um deles.

Ethereum

Ethereum
Imagem: Yoann184/ Shutterstock

Dentre todas as redes blockchain em funcionamento, a Ethereum é a mais utilizada por desenvolvedores mundialmente. Devido à sua arquitetura altamente escalável, pode-se construir praticamente todo tipo de solução de software para os mais diversos segmentos.

Nesse universo, a Solidity é a linguagem de programação desenvolvida por Vitalik Buterin, cofundador da rede. Dominá-la é necessário para uma formação Full-Stack. JavaScript, Java, Python, C++, Go e Vyper também são largamente utilizadas para o lançamento de aplicações descentralizadas (dApps) ou controladas por empresas privadas.

Cada projeto exige conhecimentos específicos em determinadas linguagens para a sua correta execução. Embora a Solidity seja uma das mais complexas da lista, é de extrema importância que seja dominada.

Solana

Solana
Imagem: Akif CUBUK/ Shutterstock

De acordo com o CoinMarketCap, a blockchain Solana está entre as dez mais relevantes do mercado. A linguagem de programação principal do projeto é a Rust, que também é utilizada em outros ecossistemas digitais.

Com a evolução de ferramentas online, a exemplo da Solang, muitos utilizam a Solidity para criar soluções interoperáveis entre ambas as redes. Além das linguagens mencionadas anteriormente sobre o Ethereum, a Move também é uma opção cada vez mais adotada pelos entusiastas.

Lançada em 2020, a Solana está em constante evolução e é importante acompanhar as principais notícias através do seu site oficial, pois novas tecnologias estão sendo integradas à plataforma periodicamente.

Cardano

Imagem: WindAwake/ Shutterstock

Esta blockchain foi lançada em 2017 por Charles Hoskinson, um dos cofundadores da rede Ethereum. Seus contratos inteligentes são primordialmente desenvolvidos através da linguagem Haskell, considerada por muitos uma das mais complexas devido à sua estrutura puramente funcional, abstrações e conceitos matemáticos.

Além das outras linguagens de programação anteriormente citadas, a Marlowe também é amplamente utilizada em softwares executados na Cardano. Interessados em desenvolver contratos inteligentes voltados para o ramo financeiro devem dar atenção especial a esta opção.

Binance Smart Chain

Binance Smart Chain
Imagem: Yoann184/ Shutterstock

Compatível com a Máquina Virtual Ethereum (EVM), a rede, também conhecida como BNB Chain, compartilha de várias semelhanças com a blockchain Ethereum. Solidity, JavaScript, Go, Vyper e tantas outras que compilam com o EVM podem ser utilizadas, por exemplo.

Também existem redes de camada dois (Layer-2), como Polygon, Optimism, Arbitrum e Loopring que permitem a construção de soluções digitais em redes específicas. Os requerimentos mínimos costumam ser bastante similares aos das redes anteriormente citadas.

Como começar em programação blockchain?

Além de dominar as principais linguagens de programação requeridas pelo mercado, é necessário entender como é a infraestrutura de um construto blockchain, como a de uma criptomoeda, por exemplo.

Há algumas opções interessantes nesse sentido, tais como:

  • Forks: Um fork ocorre quando o código-fonte de um ativo digital é copiado e alterado pelo desenvolvedor, dando origem a outros ativos com funcionalidades possivelmente distintas. Litecoin (LTC) e Dogecoin (DOGE) são dois forks do bitcoin (BTC), por exemplo.
  • Plataformas Low-Code/No-Code: Sites especializados em blockchain permitem criar ativos com pouco ou nenhum conhecimento prévio em programação. Milhares de conteúdos pré-programados são disponibilizados aos usuários, permitindo modificá-los de acordo com as suas necessidades.
  • Documentações online: Todos os ecossistemas blockchain citados contam com um amplo acervo de informações, tanto para iniciantes quanto para desenvolvedores avançados tirarem as suas dúvidas.
  • Cursos especializados: Até o momento, nenhuma universidade possui cursos totalmente voltados para o universo blockchain. Entretanto, existem opções bastante reconhecidas, tais como Transfero Academy, Blockchain Council, Udacity, Coursera e eDX.

Qual a curva de aprendizado para desenvolvedores?

Não existe uma resposta precisa para esta pergunta, pois questões como domínio de conceitos básicos, grau de familiaridade com programação e tempo dedicado aos estudos serão determinantes ao longo do processo. Portanto, dominar as linguagens de programação de forma a construir aplicações sólidas e seguras pode levar alguns anos.

Para compreender os conceitos básicos por trás da tecnologia blockchain, por exemplo, pode-se levar cerca de três meses. 

Para simplificar o processo de adaptação, o canal Área Bitcoin publicou um vídeo que explica, de maneira bem simples e didática, o que é blockchain e por que a tecnologia está sendo cada vez mais integrada nos negócios.

O engenheiro de computação, Pietro Martins de Oliveira, também disponibilizou uma série de vídeos a respeito da evolução da blockchain ao longo dos anos. Sua abordagem é mais abrangente e técnica, recomendada aos que desejam trabalhar em programação blockchain.

Os custos são altos?

Aprender programação blockchain pode variar bastante em termos de custos. Não apenas os cursos online, como também bootcamps e programas presenciais são opções válidas para ingressar nesse mercado. De maneira geral, os módulos presenciais costumam cobrar valores mais elevados.

Muitos começam com cursos gratuitos online e, após certo nível de amadurecimento, optam por contratar soluções pagas em plataformas de ensino digitais, normalmente mais acessíveis. Participar de workshops e eventos blockchain também é uma maneira de entender como o mercado se comporta no momento, sobretudo por conta da presença de especialistas na área.

Transfero Academy

Ainiciativa educacional busca capacitar, recrutar e desenvolver talentos dentro da indústria blockchain. É um programa completo que ensina a programar de maneira clara e limpa, bem como a realizar baterias de testes antes do lançamento de produtos digitais.

Além disso, o Transfero Academy oferece uma plataforma de aprendizado tanto para iniciantes quanto profissionais da área que desejam reciclar seus conhecimentos. A jornada dura seis meses e envolve a resolução de problemas reais, todos trazidos pelo time de desenvolvimento da Transfero.

Para participar, é necessário ser maior de 18 anos, ter o Ensino Médio completo e disponibilidade integral de tempo para estudar. Alguns módulos são presenciais e ocorrem em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro.

É necessário realizar um registro para aplicar à iniciativa. As etapas são as seguintes:

  • Teste online de raciocínio lógico;
  • Teste escrito, enviado via e-mail;
  • Entrevista com a equipe de Recursos Humanos da Transfero;
  • Entrevista com o fundador do programa de ensino.

Após passar por todas as etapas, o time do Transfero Academy informará a todos os candidatos se foram aprovados. A formação é gratuita e traz a oportunidade de ingressar no novo mercado de trabalho de tecnologia.

O post Guia para iniciantes: como começar em programação blockchain? apareceu primeiro em PanoramaCrypto.

.

  • 19 de Março, 2025