Hackers norte-coreanos roubaram US$ 1,3 bilhão em criptomoedas em 2024

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Em 2024, hackers ligados ao regime da Coreia do Norte estabeleceram um novo recorde de roubos de criptomoedas, com 47 incidentes que resultaram na apropriação de US$ 1,34 bilhão. Trata-se do dobro do valor roubado no ano anterior.

Apesar da diminuição nos fundos totais, especialistas alertam para a evolução das técnicas dos criminosos. Agora, eles utilizam ferramentas sofisticadas e sites de emprego falsos para enganar suas vítimas. Recentemente, 14 cidadãos norte-coreanos foram indiciados nos EUA por conspiração, fraudes e lavagem de dinheiro.

A desarticulação do esquema revelou como o regime tem se beneficiado dessas atividades ilícitas para contornar sanções internacionais e financiar suas operações.

Gráfico sobre a atividade de hacking da Coreia do Norte (RPDC), cobrindo o período de 2016 até 30 de novembro de 2024. O gráfico exibe três conjuntos de dados: a perda anual de valor em bilhões de dólares atribuída à RPDC, a participação total de atividades de hacking da RPDC e o percentual de eventos de hacking relacionados à RPDC. As barras verticais em azul representam o valor roubado anualmente, que variou de US$ 2 milhões em 2016 US$ 1,3 bilhão em 2024. Linhas curvas em amarelo e laranja indicam a participação percentual da RPDC em todas as atividades de hacking e o total de eventos, respectivamente. O ano de 2024 se destaca com um expressivo volume de roubos e uma alta participação porcentual nas atividades de hacking globalmente.
Hackers norte-coreanos intensificam atividades criminosos ligadas a criptomoedas em 2024. Fonte: Chainalysis.

De acordo com um relatório da Chainalysis, hackers ligados ao regime norte-coreano bateram o recorde de roubos de criptomoedas em 2024. De janeiro a dezembro, os criminosos da Coreia do Norte executaram 47 incidentes de hacking, resultando no roubo de US$ 1,34 bilhão.

Esse valor é o dobro do ano anterior, quando os criminosos roubaram US$ 660,5 milhões em 20 incidentes registrados. No entanto, especialistas alertam que a diminuição nos fundos totais roubados não indica uma redução nas ameaças. Pelo contrário, os hackers coreanos estão evoluindo em suas técnicas.

O Escritório Geral de Reconhecimento (RGB) – “FBI da Coreia do Norte” – se adaptou utilizando ferramentas de hacking especializadas que eram previamente desconhecidas. Além disso, passaram a criar sites de emprego falsos para enganar as vítimas potenciais.

Coreia do Norte é o paraíso dos hackers

A prática de roubos de criptomoedas tem sido uma das muitas práticas empregadas pelo regime comunista do país para burlar as sanções internacionais impostas pelos Estados Unidos. Entre as sanções, estão as restrições de importação de minérios, além de limitações financeiras aos bancos norte-coreanos envolvidos em atividades vistas por Washington como ilegais.

O objetivo das sanções é pressionar Pyongyang a abandonar suas atividades nucleares, descobertas em 2016. Apesar do cerco estadunidense, que mantém uma base militar na cidade de Osan, próxima a capital Seul, o regime coreano tem encontrado maneiras de contornar essas restrições, incluindo o roubo de criptomoedas.

De acordo com um artigo especial do The New York Times, os hackers norte-coreanos são altamente treinados. O próprio regime da República Popular Democrática da Coreia aplica esses treinos e investe no desenvolvimento dos criminosos, operando um sistema de roubos de criptomoedas que já superam a casa dos bilhões.

Justiça americana em ação

Recentemente, em 12 de dezembro de 2024, um tribunal federal em St. Louis, Missouri, indiciou 14 cidadãos norte-coreanos por conspiração ao atuarem para violar sanções dos EUA e cometer fraudes, lavagem de dinheiro e roubo de identidade.

Os acusados, que trabalhavam para empresas controladas pela Coreia do Norte na China e na Rússia, usaram identidades falsas e roubadas para obter empregos como trabalhadores de tecnologia da informação (TI) remotos em empresas americanas.

De acordo com a investigação, os criminosos roubavam informações sensíveis das empresas e extorquiam os diretores a realizarem pagamentos em troca. Os investigadores descobriram que, ao todo, o grupo arrecadou US$ 88 milhões ao longo de seis anos. Ainda, teve o agravante de terem conduzido atividades ilícitas para beneficiar o governo norte-coreano. Os acusados podem sofrer penas de até 27 anos de prisão em caso de condenação.

Para lavar o dinheiro roubado, os hackers norte-coreanos usam fundos ilícitos de exchanges financeiras descentralizadas, serviços de mineração ou serviços de mistura de criptomoedas.

Um caso desses veio à público recentemente, com o Tesouro Americano desmantelando uma quadrilha que lavava dinheiro atráves de empresas sediadas Emirados Árabes Unidos. No entanto, as agências de segurança tem encontrado cada mais dificuldade de rastrear os fundos de volta às suas origens ilícitas, fazendo com que os números de roubos de criptomoedas disparem.

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  • 22 de Dezembro, 2024

Hackers norte-coreanos roubaram US$ 1,3 bilhão em criptomoedas em 2024

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Em 2024, hackers ligados ao regime da Coreia do Norte estabeleceram um novo recorde de roubos de criptomoedas, com 47 incidentes que resultaram na apropriação de US$ 1,34 bilhão. Trata-se do dobro do valor roubado no ano anterior.

Apesar da diminuição nos fundos totais, especialistas alertam para a evolução das técnicas dos criminosos. Agora, eles utilizam ferramentas sofisticadas e sites de emprego falsos para enganar suas vítimas. Recentemente, 14 cidadãos norte-coreanos foram indiciados nos EUA por conspiração, fraudes e lavagem de dinheiro.

A desarticulação do esquema revelou como o regime tem se beneficiado dessas atividades ilícitas para contornar sanções internacionais e financiar suas operações.

Gráfico sobre a atividade de hacking da Coreia do Norte (RPDC), cobrindo o período de 2016 até 30 de novembro de 2024. O gráfico exibe três conjuntos de dados: a perda anual de valor em bilhões de dólares atribuída à RPDC, a participação total de atividades de hacking da RPDC e o percentual de eventos de hacking relacionados à RPDC. As barras verticais em azul representam o valor roubado anualmente, que variou de US$ 2 milhões em 2016 US$ 1,3 bilhão em 2024. Linhas curvas em amarelo e laranja indicam a participação percentual da RPDC em todas as atividades de hacking e o total de eventos, respectivamente. O ano de 2024 se destaca com um expressivo volume de roubos e uma alta participação porcentual nas atividades de hacking globalmente.
Hackers norte-coreanos intensificam atividades criminosos ligadas a criptomoedas em 2024. Fonte: Chainalysis.

De acordo com um relatório da Chainalysis, hackers ligados ao regime norte-coreano bateram o recorde de roubos de criptomoedas em 2024. De janeiro a dezembro, os criminosos da Coreia do Norte executaram 47 incidentes de hacking, resultando no roubo de US$ 1,34 bilhão.

Esse valor é o dobro do ano anterior, quando os criminosos roubaram US$ 660,5 milhões em 20 incidentes registrados. No entanto, especialistas alertam que a diminuição nos fundos totais roubados não indica uma redução nas ameaças. Pelo contrário, os hackers coreanos estão evoluindo em suas técnicas.

O Escritório Geral de Reconhecimento (RGB) – “FBI da Coreia do Norte” – se adaptou utilizando ferramentas de hacking especializadas que eram previamente desconhecidas. Além disso, passaram a criar sites de emprego falsos para enganar as vítimas potenciais.

Coreia do Norte é o paraíso dos hackers

A prática de roubos de criptomoedas tem sido uma das muitas práticas empregadas pelo regime comunista do país para burlar as sanções internacionais impostas pelos Estados Unidos. Entre as sanções, estão as restrições de importação de minérios, além de limitações financeiras aos bancos norte-coreanos envolvidos em atividades vistas por Washington como ilegais.

O objetivo das sanções é pressionar Pyongyang a abandonar suas atividades nucleares, descobertas em 2016. Apesar do cerco estadunidense, que mantém uma base militar na cidade de Osan, próxima a capital Seul, o regime coreano tem encontrado maneiras de contornar essas restrições, incluindo o roubo de criptomoedas.

De acordo com um artigo especial do The New York Times, os hackers norte-coreanos são altamente treinados. O próprio regime da República Popular Democrática da Coreia aplica esses treinos e investe no desenvolvimento dos criminosos, operando um sistema de roubos de criptomoedas que já superam a casa dos bilhões.

Justiça americana em ação

Recentemente, em 12 de dezembro de 2024, um tribunal federal em St. Louis, Missouri, indiciou 14 cidadãos norte-coreanos por conspiração ao atuarem para violar sanções dos EUA e cometer fraudes, lavagem de dinheiro e roubo de identidade.

Os acusados, que trabalhavam para empresas controladas pela Coreia do Norte na China e na Rússia, usaram identidades falsas e roubadas para obter empregos como trabalhadores de tecnologia da informação (TI) remotos em empresas americanas.

De acordo com a investigação, os criminosos roubavam informações sensíveis das empresas e extorquiam os diretores a realizarem pagamentos em troca. Os investigadores descobriram que, ao todo, o grupo arrecadou US$ 88 milhões ao longo de seis anos. Ainda, teve o agravante de terem conduzido atividades ilícitas para beneficiar o governo norte-coreano. Os acusados podem sofrer penas de até 27 anos de prisão em caso de condenação.

Para lavar o dinheiro roubado, os hackers norte-coreanos usam fundos ilícitos de exchanges financeiras descentralizadas, serviços de mineração ou serviços de mistura de criptomoedas.

Um caso desses veio à público recentemente, com o Tesouro Americano desmantelando uma quadrilha que lavava dinheiro atráves de empresas sediadas Emirados Árabes Unidos. No entanto, as agências de segurança tem encontrado cada mais dificuldade de rastrear os fundos de volta às suas origens ilícitas, fazendo com que os números de roubos de criptomoedas disparem.

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  • 22 de Dezembro, 2024