Influenciadora é acusada de aplicar golpes com plataforma de criptoativos
Uma investigação publicada pelo Folha de S. Paulo revelou que a advogada e influenciadora digital Tábata Miqueletti, conhecida por se apresentar como especialista em recuperação de valores perdidos em golpes financeiros, está sendo acusada de lesar clientes em mais de R$ 3 milhões por meio de uma plataforma de criptoativos.
Tábata Miqueletti e seu ex-marido, Rafael Lins, eram sócios na empresa Designo Investimentos, fundada em 2023. A companhia prometia retornos atraentes no mercado de criptomoedas.
Especialista em golpes em plataforma de criptoativos
De acordo com a reportagem, Tábata Miqueletti, que possui 139 mil seguidores no Instagram, abordava vítimas de pirâmides financeiras e golpes digitais oferecendo seus serviços jurídicos. Após conquistar a confiança dos clientes, ela os incentivava a investir na Designo, descrevendo a plataforma de criptoativos como uma oportunidade segura e lucrativa.
No entanto, quando tentavam resgatar seus recursos, os investidores descobriam que o aplicativo estava inacessível ou que os extratos fornecidos eram falsos.
Pelo menos doze ex-clientes relataram prejuízos. Entre eles está Kátia Brito, de 56 anos, que transferiu R$ 2,7 milhões para uma suposta conta na Suíça indicada por Tábata como forma de proteger seus bens em um processo de divórcio. Anos depois, Kátia descobriu que a conta nunca existiu e que os comprovantes de movimentação eram fraudulentos.
Outro caso envolve Felipe Elias, de Niterói (RJ), que havia perdido R$ 200 mil em um esquema de pirâmide em 2022. Tábata teria entrado em contato com ele oferecendo ajuda jurídica para recuperar o dinheiro.
Felipe contratou os serviços de Tábata por R$ 20 mil e afirma que ela o pressionou a investir R$ 1.000 na Designo.
“Não imaginava que a advogada que eu contratei para me defender de um golpe iria me aplicar outro”, disse ele à reportagem.
Funcionário também foi vítima
Gustavo Lopes, ex-assistente administrativo de Tábata, relatou que sua função no escritório da advogada era identificar vítimas de fraudes e convencê-las a investir na plataforma de criptoativos. Ele próprio foi coagido a aplicar R$ 3 mil na empresa, além de convencer familiares a investirem outros R$ 25 mil. Quando questionou a chefe sobre o sumiço dos recursos, foi demitido e bloqueado.
As autoridades prenderam Rafael Lins, ex-marido de Tábata e sócio da Designo, em janeiro por descumprir uma medida protetiva. Tábata havia obtido a medida após acusá-lo de violência doméstica.
O Ministério Público de São Paulo investiga Lins por suspeita de estelionato. A reportagem entrou em contato com Tábata, mas sua assessoria não respondeu às solicitações. O advogado David Garcia, que defende Tábata, afirmou que “não tem conhecimento” das acusações.
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