JPMorgan crê que reversão de alta é impossível para criptomoedas
O mercado de criptomoedas tem enfrentado oscilações significativas nos últimos tempos. De acordo com o último relatório de pesquisa do JPMorgan, uma recuperação sustentável parece improvável no horizonte próximo.
O banco acredita que qualquer movimento ascendente observado atualmente é apenas de curto prazo. Dessa forma, não indica o início de uma tendência de alta de longo prazo.
O relatório do JPMorgan destaca várias razões para essa perspectiva pessimista. Primeiramente, os analistas apontam que o preço do Bitcoin está significativamente acima de seu custo de produção, estimado em cerca de US$ 43.000.
Outra métrica utilizada pelo JPMorgan é a comparação do preço do Bitcoin ajustado pela volatilidade em relação ao ouro. De acordo com o banco, o preço ajustado pela volatilidade do Bitcoin está em torno de US$ 53.000, o que ainda é inferior ao seu preço de mercado atual. Essa comparação reforça a visão de que o Bitcoin pode estar supervalorizado.
Análise do mercado de criptomoedas
Recentes liquidações de grandes volumes de Bitcoin por credores como Gemini, Mt. Gox e o governo alemão têm pressionado o mercado, contribuindo para o fraco momento nos futuros de Bitcoin.
O JPMorgan prevê que essas liquidações devem terminar em breve, o que pode proporcionar algum alívio temporário. Além disso, o banco espera uma recuperação no posicionamento dos futuros de Bitcoin da Chicago Mercantile Exchange (CME) em agosto, o que pode oferecer um suporte de curto prazo ao mercado.
O relatório também menciona um cenário político que poderia impactar o mercado de criptomoedas. O JPMorgan sugere que tanto o Bitcoin quanto o ouro poderiam se beneficiar se o ex-presidente Donald Trump vencer a próxima eleição presidencial dos EUA.
A administração Trump é vista por alguns investidores como mais amigável às criptomoedas e suas regulamentações, em contraste com a administração Biden.
Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, tem uma longa história de críticas ao Bitcoin e outras criptomoedas. Desde 2014, Dimon tem questionado o valor e a utilidade das criptomoedas, referindo-se ao Bitcoin como uma “fraude” e comparando-o à bolha do bulbo de tulipa.
Dimon também tem levantado preocupações sobre o uso ilícito de criptomoedas em fraudes, lavagem de dinheiro e outras atividades ilegais, estimando que essas transações podem totalizar entre US$ 50-100 bilhões anualmente. Em uma audiência no Senado em 2023, Dimon chegou a afirmar que, se dependesse dele, ele “fecharia” as criptomoedas.
Apesar de sua postura crítica em relação ao Bitcoin e demais criptomoedas, Dimon reconhece o potencial da tecnologia blockchain. O JPMorgan tem explorado o uso de blockchain através de iniciativas como a JPM Coin, uma moeda digital lastreada em dólar para transações de clientes.