Justiça levará o ‘Faraó dos Bitcoins’ a júri popular
Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como o “Faraó dos Bitcoins”, vai a júri popular por determinação da Justiça. As autoridades concluíram que Glaidson é um dos responsáveis pelo assassinato do trader de criptomoedas Wesley Pessano, de 19 anos, em agosto de 2021. Conforme noticiou o CriptoFácil na época, Pessano foi morto a tiros dentro de um Porsche, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos.
O trader tinha 125 mil seguidores no Instagram e se apresentava como operador de day trade, prometendo “liberdade financeira aos 18”. Além disso, nas fotos e vídeos que compartilhava, o investidor ostentava uma vida luxuosa, exibindo maços de dinheiro e o Porsche onde estava no momento da execução.
Pessano também era sócio da empresa Ares Consultoria, com sede em Cabo Frio. No Reclame Aqui, a Ares Consultoria acumula queixas de clientes que alegam ter sido vítimas de um golpe. Alguns clientes acusam a Ares de operar uma pirâmide financeira.
Crime teve como motivação disputa territorial
O local da sede da Ares Consultoria é o mesmo da empresa GAS Consultoria, de Glaidson: Cabo Frio. De acordo com o Ministério Público, Glaidson seria chefe de um grupo criminoso que perseguia e assassinava seus concorrentes na região.
No dia seguinte ao assassinato de Pessano, houve uma movimentação bancária de R$ 1 milhão em uma conta ligada a Glaidson. O Ministério Público do Rio de Janeiro suspeita que esse valor tenha sido o pagamento pelo crime.
De acordo com as investigações, Glaidson determinou que Thiago de Paula Reis, um homem de sua confiança, contratasse os executores para dois crimes: o assassinato de Pessano, e a tentativa de homicídio do investidor Nilson Alves, o Nilsinho.
Em dezembro do ano passado, Glaidson virou réu no processo que investiga a tentativa de assassinato de Nilsinho, que foi alvo de um atentado em março de 2021, também em Cabo Frio, mas sobreviveu. A conclusão é que o crime foi motivado por uma espécie de disputa territorial, assim como no caso de Pessano. Na investigação sobre os casos, o MP localizou uma troca de mensagens entre Glaidson e um de seus gerentes, Daniel Aleixo.
“Tem um trade, aqui de Cabo frio, sr. Pessano, que está tentando meus investidores. Não posso deixar isso acontecer”.
Glaidson está preso desde 25 de agosto de 2021, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Krypto. De acordo com as investigações, Glaidson teria movimentado cerca de R$ 38 milhões com o esquema fraudulento. O “Faraó dos Bitcoins” foi indiciado pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e crimes contra o sistema financeiro nacional, além dos crimes contra os concorrentes.
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