Mercado de finanças tradicionais está mais maduro para blockchain, mostra relatório 

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Um relatório divulgado recentemente pela Chainalysis e intitulado The 2024 Crypto Maturity Journey aponta que o mercado de finanças tradicionais se tornou mais maduro em relação à adoção da tecnologia blockchain em seus serviços e infraestrutura. 

De acordo com o documento, a entrada de investidores institucionais de peso colaborou com a popularização das criptomoedas como meios de investimento mainstream e nomes como Grayscale, Fidelity e BlackRock são alguns dos tradicionais do mercado financeiro que passaram a oferecer Produtos Negociados em Bolsa (ETPs) de ativos digitais consagrados, como bitcoin e ether.

Assim como os Fundos de Investimento Negociados em Bolsa (ETFs), os ETPs têm como objetivo replicar o preço do ativo em questão, mas dentro de plataformas tradicionais em vez de exchanges de criptomoedas, por exemplo. Todos os tokens em circulação são emitidos mediante critérios pré-estabelecidos pelas entidades regulatórias competentes.

Finanças tradicionais? Não tanto assim

Cinco níveis foram avaliados pela Chainalysis para determinar o grau de crescimento da indústria blockchain:

Nível 0: Educação, estratégia e planejamento

Nível 1: Aberto para negócios

Nível 2: Produtos de criptomoedas sintéticas

Nível 3: Habilitar depósitos em criptomoedas

Nível 4: Além dos depósitos

A primeira etapa consiste no processo de captação de stakeholders (interessados/entusiastas) e análise de riscos de acordo com o perfil da empresa. O segundo se refere à implementação de serviços bancários diretamente conectados com o universo cripto, enquanto o terceiro remete à construção de produtos sintéticos vinculados a este universo. Por fim, os quarto e quinto níveis se referem, respectivamente, à construção de infraestrutura para depósitos e custódia de fundos e meios de pagamento para negócios.

De maneira geral, diversas instituições estão testando ETPs para proporcionar exposição a criptomoedas de maneira regulamentada e segura e o cenário é promissor, pois, além das citadas acima, a VanEck e a ARK Invest também criaram seus próprios sintéticos e obtiveram resultados otimistas.

Aplicações em Bolsa lastreadas em criptomoedas são uma forma interessante de fazer com que o universo de finanças descentralizadas (DeFi) se desenvolva de maneira sustentável, uma vez que traz projeção aos produtos digitais de maneira simplificada e orgânica.

Da mesma forma, sistemas de pagamentos integrados com criptoativos estão no radar das grandes audiências. Por meio deles, negociantes de todos os portes poderão receber ativos digitais como meio de pagamento, mas sem terem de se preocupar com a eventual volatilidade atrelada a eles. A experiência final dos usuários é bastante semelhante à tradicional, o que torna a sua utilização mais otimista.

Desenvolvimento de sintéticos está crescendo

Os principais bancos entenderam que não é necessário receber depósitos ou fazer custódia de criptomoedas em nome dos usuários. Os ETPs se mostraram eficientes no sentido de alavancar a adoção das finanças descentralizadas e distribuídas, permitindo aplicações indiretas pareadas com os mesmos.

Poucas instituições financeiras aceitam depósitos diretos em criptomoedas. Desafios técnicos e de segurança, como a criação de carteiras digitais e medidas adicionais de proteção ao consumidor, podem ser bastante custosas e complexas. 

Além do mais, a regulamentação cripto está em constante evolução, o que pode gerar algumas incertezas. Por outro lado, produtos registrados permitem aos clientes aplicar seu capital com muito mais assertividade. 

Integração e acessibilidade

Imagem gerada por Inteligência Artificial

Este período de experimentação, ao que tudo indica, parece estar no caminho certo. Tanto as finanças tradicionais como o novo dinheiro estão amadurecendo lado a lado, proporcionando oportunidades de negócios, mais transparência e segurança.

Parcerias entre bancos e empresas nativamente blockchain são uma realidade. Em 2022, o BNY Mellon lançou uma plataforma de custódia de ativos em parceria com a Fireblocks, responsável pela infraestrutura de negociações de tokens SHA-256 (bitcoin) e ERC-20 (ether).

Por meio dos seus registros proprietários das negociações, as empresas financeiras poderão entender, com clareza e transparência, de que maneira o mercado se comporta mediante determinados cenários de uso. Com isso, soluções feitas sob medida poderão ser automaticamente oferecidas aos clientes, desde que dêem autorização expressa para isso. Mecanismos de proteção ao consumidor também podem ser atrelados a essa iniciativa.

Já a Visa continua liderando o mercado de soluções de pagamentos, mas isso não significa que seus serviços ignoram a evolução blockchain. Em 2023, a companhia anunciou a expansão das suas atividades de liquidação de stablecoins, permitindo a utilização da USDC, stablecoin pareada com o dólar americano, dentro de inúmeros negócios na região.

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  • 9 de Janeiro, 2025