MicroStrategy pode gerar ‘espiral da morte’ e afundar Bitcoin, alerta executivo
O CEO da exchange e criptomoedas Ripio, Sebastián Serrano, alertou nesta semana que a estratégia agressiva de compras de Bitcoin (BTC) pela MicroStrategy pode desencadear uma crise no mercado.
A empresa, liderada por Michael Saylor, acumulou mais de 450 mil BTC — avaliados em US$ 48 bilhões — usando caixa e emissão de dívida conversível em ações.
“Isso transformou as ações da MicroStrategy em uma proxy alavancada do Bitcoin”, explicou o executivo da corretora de criptomoedas.
O risco, segundo ele, está no acúmulo de BTC a preços elevados, próximos aos picos de valorização. Caso o mercado entre em queda prolongada, a empresa pode não honrar seus compromissos financeiros.
“A dívida pode ser convertida em ações, e novos acionistas podem vender os BTC rapidamente”, destacou.
Essa pressão de venda criaria uma espiral da morte para a empresa, derrubando o preço do Bitcoin e minando a confiança em Saylor.
MicroStrategy, Bitcoin e os riscos envolvidos
A situação se agrava com possíveis obrigações fiscais federais. A Lei de Redução da Inflação de 2022 estabeleceu um imposto mínimo corporativo de 15% sobre lucros não realizados.
A MicroStrategy, que possui ganhos não concretizados de US$ 19,3 bilhões, pode enfrentar uma cobrança bilionária, mesmo sem vender Bitcoin. Em 2024, a empresa já pagou US$ 40 milhões para encerrar uma ação por sonegação fiscal.
Enquanto o IRS debate isenções para criptomoedas, a incerteza jurídica persiste.
“Um cenário de venda em massa de BTC pela MicroStrategy alimentaria o bear market, afetando todo o ecossistema”, reforçou Serrano.
A combinação de alavancagem e pressão fiscal preocupa investidores. Apesar dos riscos, o executivo mantém otimismo no longo prazo.
“Bitcoin chegará a US$ 1 milhão, mas não neste ciclo”, afirmou. Historicamente, quem segura BTC por quatro anos nunca perdeu dinheiro. Contudo, ele reforça: “O atual modelo da MicroStrategy é insustentável e pode acelerar uma crise”.
Analistas acompanham de perto as movimentações. Em janeiro de 2025, o Wall Street Journal revelou que a empresa ainda não vendeu Bitcoin, mas a pressão por liquidez cresce.
Para Serrano, a solução depende de reformulações estratégicas e de possíveis mudanças regulatórias.
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