Mineração de Bitcoin não gera emprego, conclui relatório sobre mineradores no Paraguai
Um recente relatório apresentado ao Congresso do Paraguai revelou um dado importante sobre a indústria de mineração de Bitcoin no país: a atividade gera menos de 400 empregos diretos.
De acordo com o Instituto de Previdência Social (IPS), apenas 383 trabalhadores estão formalmente empregados na indústria, que é composta por mais de 60 empresas. Dessas, 40 empresas não registram nenhum trabalhador diretamente associado às suas operações. Isso levanta sérias questões sobre a legalidade e as práticas trabalhistas no setor.
Além disso, o relatório “quebra” o mito de que a indústria de mineração de Bitcoin é uma grande geradora de empregos. O relatório, que foi apresentado à Câmara dos Senadores, sublinha a contribuição ínfima da mineração de Bitcoin para o mercado de trabalho paraguaio.
De acordo com o documento, 66% das empresas de mineração de Bitcoin no Paraguai não empregam nenhum trabalhador formalmente. Essas empresas, que possuem contratos com a Administração Nacional de Eletricidade do Paraguai (ANDE), podem estar operando de maneira ilegal no que diz respeito à seguridade social, ou terceirizando completamente suas operações, evitando a contratação direta de funcionários.
Mineração de Bitcoin no Paraguai
O relatório também destaca a baixa proporção de empregos gerados em relação ao consumo de energia dessas empresas. A relação média é de apenas 1,58 empregos por megawatt (MW) contratado. O número evidencia o caráter intensivo em capital e baixo em mão de obra da indústria de mineração de criptomoedas no país.
Outro ponto preocupante é que quase 50% das empresas de mineração de Bitcoin contribuem com menos de 1% de suas contas de energia para o sistema de seguridade social. Esse dado é um exemplo de como as grandes empresas transnacionais de mineração são prejudiciais ao setor energético do Paraguai, especialmente considerando que essas empresas se beneficiam de preços subsidiados pela energia hidrelétrica do país.
O documento sugere ainda a possibilidade de aumentar as contribuições das empresas de mineração de Bitcoin para a seguridade social. Medidas mais rigorosas poderiam incidir sobre os grandes consumidores de energia. Enquanto isso, uma abordagem menos severa se aplicaria aos pequenos mineradores.
A questão da mineração de criptomoedas no Paraguai não é nova. Em 2022, o ex-presidente Mario Abdo vetou um projeto de lei que buscava legalizar a mineração de criptomoedas no país. Na época, ele alegou que a indústria tem um “alto consumo de energia, uso intensivo de capital e baixo uso de mão de obra”.
O relatório recentemente apresentado ao Congresso parece confirmar as preocupações levantadas por Abdo, ao demonstrar que a mineração de Bitcoin, apesar de seu elevado consumo de recursos, contribui muito pouco para a geração de empregos e para o desenvolvimento econômico do país.
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