Mineradoras ‘copiam’ MicroStrategy em busca de mais Bitcoin
Após o último halving, que reduziu as recompensas em Bitcoin pela metade, mineradoras como Riot Platforms, MARA Holdings e CoreScientific estão adotando a estratégia da MicroStrategy, que se destacou ao investir em Bitcoin e emitir notas conversíveis.
A Riot, por exemplo, anunciou uma oferta de US$ 500 milhões em notas conversíveis para comprar BTC e outras mineradoras seguiram o exemplo. O setor busca novas formas de lucratividade em um cenário em que o preço do Bitcoin ultrapassa US$ 100 mil.
As grandes mineradoras de Bitcoin ainda estão absorvendo os efeitos do último having. O evento ocorrido em abril reduziu pela metade as recompensas em Bitcoin, de 6,25 BTC por bloco para 3,125 BTC.
Dependentes da oferta de Bitcoin, a cada having, as mineradoras tiveram uma redução significativa dos seus lucros. Agora, faltando cerca de pouco mais de 2 milhões de BTC para serem minerados e um último having que vai reduzir as recompensas para 1,5625 BTC, as mineradoras estão preocupadas.
Por isso, estão em busca de novas estratégias de lucratividade e uma que parece estar chamando delas é da famosa MicroStrategy.
Dívidas virando Bitcoin
Idealizada para ser uma fornecedora de software de inteligência artificial, a MicroStrategy se tornou uma das empresas mais barulhentas do mercado de investimentos dos últimos anos. Isso porque, seu fundador, Michael Saylor, tomou uma decisão que mudou o rumo da empresa de Virgínia. Em 2020, atento à movimentação do mercado de criptomoedas, Saylor anunciou que a MicroStrategy passaria a investir seus ativos em Bitcoin.
Desde então, passaram-se 4 anos e a empresa adicionou cerca de 423,650 BTC ao seu portólio, de acordo com o site Bitcoin Treasuries. Com isso, a empresa saltou de um valor de mercado na casa do US$ 1,4 bilhão em 2020 para os atuais US$ 98,58 bilhões de 2024. Trata-se de um crescimento de 6941,43%, o que colocou a empresa na mira do índice Nasdaq 100, que reúne as 100 maiores empresas não financeiras dos EUA.
A primeira compra de Bitcoin ocorreu em 11 de agosto de 2020, quando a empresa adquiriu 21,454 Bitcoin, a um custo de US$ 11,600 por BTC, gastando cerca de US$ 250 milhões do seu caixa. No entanto, com a sua popularidade crescente em razão dos ganhos adquiridos com a escolha, a MicroStrategy passou a emitir notas conversíveis para investidores.
Os títulos conversíveis permitem que os investidores troquem suas notas por ações se o preço das ações subir. A estratégia está se tornando popular entre os mineradoras de criptomoedas.
Riot, MARA e CoreScientific seguem MicroStrategy
Como mencionado, a Riot Platforms anunciou a venda de US$ 500 milhões de notas conversíveis, e que parte do montante será alocado em Bitcoin. Com vencimento para 2030, a empresa espera que os lucros líquidos da oferta ajudem na aquisição de Bitcoins e para finalidades corporativas gerais. De acordo com a declaração da empresa, essas notas poderão ser convertidas em dinheiro ou ações da Riot.
Na frente da Riot, as mineradores MARA Holdings Inc. e CoreScientific Inc já emitiram US$ 2.2 bilhões e US$ 1 bilhão, respectivamente, em notas conversíveis. Outras mineradoras que estão seguindo o caminho iniciado pela MicroStrategy são a Terawulf Inc., a Bitdeer Technology Group e a Galaxy Digital Holdings.
Vale destacar que analistas expressam preocupações sobre a dependência das empresas em relação a essa estratégia de financiamento. Stephen Glagola, analista da JonesTrading, deu entrevista para a Bloomberg observando que, embora a venda de convertíveis tenha impulsionado temporariamente as ações, é crucial que as empresas aumentem organicamente a quantidade de Bitcoin em suas reservas, em vez de depender de ofertas adicionais de títulos.
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