O Brasil na vanguarda das fintechs e inovações financeiras
Criado nos anos 1980, o termo fintechs pode ser considerado novo no universo corporativo. Afinal, ele foi popularizado após a massificação dos smartphones e das finanças digitais.
É o que explica Diego Perez, presidente da Associação Brasileira de Fintechs (Abfintechs) e vice-presidente da Alianza Fintech IberoAmérica, uma rede que reúne 16 associações e outras instituições relacionadas à fintechs na região.
Nesta entrevista ao PanoramaCrypto, Perez explica em detalhes como essas empresas de serviços financeiros atuam no Brasil e América Latina e em outros locais do mundo, como Europa e Ásia. O executivo também comenta a contribuição das finanças digitais e da blockchain, além de pontuar avanços necessários para o setor. Acompanhe.
Qual é a representatividade das fintechs no cenário financeiro brasileiro?
As fintechs têm se consolidado como uma força transformadora no mercado financeiro brasileiro, representando mais de 3% do PIB nacional e oferecendo soluções que democratizam o acesso aos serviços financeiros. O Brasil lidera na América Latinacom mais de 1.500 empresas atuando em diferentes segmentos, como crédito, pagamentos e seguros.
Este cenário é diferente em outras partes do mundo?
Em comparação, regiões como Europa e Ásia têm maior maturidade regulatória e integração tecnológica, enquanto o Brasil é um exemplo de crescimento rápido e adaptabilidade às necessidades locais.
Como as fintechs têm auxiliado no processo de inclusão financeira do Brasil e quais expectativas para os próximos tempos?
As fintechs desempenham um papel crucial na inclusão financeira ao oferecer soluções digitais acessíveis, eliminando barreiras geográficas e burocráticas. Ferramentas como carteiras digitais, pagamentos instantâneos (Pix) e microcrédito têm permitido que milhões de brasileiros acessem o sistema financeiro pela primeira vez. A ABFintechs contribui ao atuar como um elo entre essas instituições e os reguladores, promovendo iniciativas como o Open Finance, que promete expandir ainda mais a inclusão financeira.
Além disso, fintechs baseadas em blockchain democratizam o mercado financeiro ao eliminar intermediários e reduzir custos de transação. Soluções como plataformas de financiamento coletivo e tokenização de ativos permitem que mais pessoas e empresas acessem investimentos e crédito de forma acessível e transparente.
Quais são as principais relações e colaboração das finanças digitais com o setor de fintechs?
Ambas caminham lado a lado, criando um ecossistema onde inovação e eficiência são as palavras-chave. A colaboração se dá principalmente na interoperabilidade entre plataformas, como APIs abertas, e no avanço de tecnologias como blockchain, que oferecem mais segurança e transparência nas transações. Além disso, fintechs têm sido parceiras de bancos tradicionais em iniciativas como Banking as a Service (BaaS).
O que mudou desde a criação do termo em 1980em termos de inovação e escalabilidade?
Vimos uma evolução significativa. Inicialmente, o termo representava apenas a informatização dos serviços bancários. Hoje, fintechs são sinônimo de inovação disruptiva, oferecendo serviços 100% digitais, escaláveis e centrados na experiência do cliente. Com a popularização de smartphones e a evolução de tecnologias como blockchain e inteligência artificial, a escalabilidade tornou-se um diferencial essencial para o setor.
De que maneira as operações administrativas das instituições bancárias estão mudando com a tecnologia blockchain?
A blockchain tem revolucionado processos administrativos ao garantir maior transparência, segurança e eficiência. Operações como auditorias, registro de transações e autenticação de dados estão mais rápidas e menos sujeitas a fraudes. Instituições bancárias têm adotado soluções baseadas em blockchain para contratos inteligentes e rastreamento de ativos, reduzindo custos operacionais e aumentando a confiança do consumidor.
Quais são os principais desafios do setor enfrentados por empresários e desenvolvedores?
Os principais desafios incluem a adaptação a um ambiente regulatório em constante evolução, a necessidade de conquistar a confiança dos consumidores e a competição acirrada no mercado. Além disso, questões como segurança cibernética e integração de tecnologias avançadas ainda representam barreiras significativas para o setor.
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Oportunidades de negócios também fazem parte da dinâmica?
As oportunidades estão no crescimento de mercados pouco explorados, como a inclusão de pequenas e médias empresas em serviços financeiros digitais, expansão de soluções de crédito para a população desbancarizada e inovação em áreas como criptoativos e finanças sustentáveis. A implementação do Open Finance também abre novas possibilidades para personalização e diversificação de produtos.
Pensando no consumidor final, quais são os produtos financeiros mais atraentes envolvendo a Web 3.0?
Produtos como carteiras digitais descentralizadas, serviços de staking, empréstimos em criptoativos e NFTs com utilidade prática têm ganhado destaque. A Web 3.0 oferece um ambiente onde o consumidor é proprietário dos seus dados e pode participar de ecossistemas financeiros de forma mais ativa e personalizada.
Quais conselhos você daria aos empreendedores que desejam fazer parte do universo de fintechs?
Primeiro, invista em uma base sólida de conhecimento, tanto em tecnologia quanto em regulação, para navegar com segurança nesse ambiente dinâmico. Segundo, priorize a experiência do cliente: soluções simples, seguras e acessíveis serão sempre a chave para o sucesso.
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