O império do fundador da FTX: Jatos, influência e contas secretas

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No mesmo dia que começaram os pagamentos aos credores da exchange de criptomoedas falida FTX, o Tribunal de Nova York divulgou detalhes de como Sam Bankman-Fried, seu fundador, gastou parte dos US$ 8 bilhões que a empresa deve a seus clientes. Os documentos, mantidos sob sigilo até agora, revelam uma teia complexa de propriedades, doações políticas e criptomoedas adquiridas com fundos desviados de clientes da FTX.

No topo de um documento judicial, encontra-se o cabeçalho do "United States District Court" do "Southern District of New York", confirmando sua jurisdição. Abaixo, identifica-se a parte que declara o processo em questão, envolvendo o "United States of America" contra "Samuel Bankman-Fried", também conhecido como "SBF", que é o réu. O documento inclui um carimbo que indica a data de arquivamento, 18 de fevereiro de 2025, e menciona um "Final Order of Forfeiture as to Specific Property", correspondente ao número do caso S6 22 Cr. 673 (LAK). A formatação é formal, com o uso de tipos variados de letras e um selo visível que autentica o documento.
Tribunal Distrital de Nova York revela detalhes do Império Bilhonário de Sam Bankman-Fried. Fonte: Court Listener

Condenado a 25 anos de prisão por fraude e lavagem de dinheiro em um caso que abalou o mundo das criptomoedas, Sam Bankman-Fried, ou apenas SBF, vivia como um magnata enquanto a FTX caminhava para o colapso.

Jatinho brasileiro e influência política

Por exemplo, SBF se deslocava usando dois jatos particulares de luxo, um Bombardier Global 5000 e um jato brasileiro, o Embraer Legacy EMB-135BJ. As aeronaves, avaliadas em algumas dezenas de milhões de dólares, foram apreendidas pelo FBI entre 2023 e 2024.

Além disso, os documentos também revelam que o fundador e ex-CEO da FTX e seus comparsas compraram influência em Washington. O tribunal identificou 179 entidades políticas que receberam contribuições do ex-executivo e de aliados próximos.

Entre os beneficiários estão organizações político-partidárias, como a House Majority PAC (ligado aos democratas) que recebeu US$ 6 milhões. Além disso, de doações milionárias a candidatos ao Congresso dos Estados Unidos.

No entanto, o item mais valioso confiscado foi uma participação de 55,2 milhões de ações da Robinhood, avaliadas em US$ 605,7 milhões. As ações, originalmente registradas em nome da Emergent Fidelity Technologies (empresa vinculada à FTX), foram recompradas pela própria Robinhood em 2023 após intervenção judicial.

Importante dizer que esse montante foi essencial para os credores. Afinal, foi o maior montante recuperado dos US$ 8 bilhões.

Além disso, os registros detalham uma carteira de criptoativos diversificada, incluindo 657 unidades de Bitcoin (BTC), 4.620 ETH e 94 milhões de Tether (USDT). Também tinham quantidades consideráveis de memecoins como 54,8 bilhões de Shiba Inu (SHIB) e 381.455 Dogecoin (DOGE).

Os recursos estavam espalhados em contas na Binance.US, Silvergate Bank e Moonstone Bank, muitas em nome da Alameda Research, empresa-irmã da FTX.

FTX inicia pagamento aos credores

Também na terça-feira (18), a massa falida da FTX iniciou o processo de reembolso a credores com reivindicações de até US$ 50 mil, chamados de “Classe de Conveniência”. Plataformas como Kraken e BitGo foram escolhidas para facilitar os pagamentos.

Condenado em 2023, Bankman-Fried recorreu da sentença, alegando que o júri teve acesso a “apenas metade dos fatos“. Enquanto aguarda julgamento do seu recurso, os pais de SBF buscam o perdão judicial de Trump, na esteira do que aconteceu com outro criminoso notório do mundo cripto. Ross Ulbricht foi solto após 11 anos de prisão em decorrência dos crimes praticados enquanto esteve à frente da Silk Road.

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  • 23 de Fevereiro, 2025