O que está em jogo nas eleições dos EUA: blockchain e cripto
A corrida eleitoral está acirrada nos Estados Unidos. De acordo com a última pesquisa do Washington Post (meados de agosto), Kamala Harris tem 49% das intenções de voto e Donald Trump 45%. Com visões diferentes sobre a regulamentação dos ativos digitais, as propostas incorporadas pela democrata e pelo republicano vêm ganhando holofotes e podem pesar nas eleições.
Há mais de 53 milhões de usuários de criptomoedas nos EUA, de acordo com o VisualCapitalist, e agora os dois partidos trabalham para angariar esse público majoritariamente eleitor. As eleições presidenciais serão iniciadas no dia 5 de novembro.
O que dizem os republicanos?
Em julho deste ano, Trump afirmou que fará com que os EUA se tornem “a capital cripto do planeta”:
“Não podemos deixar a China dominar. Eu quero que os Estados Unidos sejam os primeiros em tecnologia, ciência, manufatura, inteligência artificial e espaço.”
De maneira simplificada, os republicanos procuram uma maior flexibilização em relação à adoção em massa das criptomoedas. Um documento de 15 de agosto, apresentado ao Escritório de Ética Governamental dos Estados Unidos, declara que Trump possui cerca de 5 milhões de dólares em uma carteira de ethereum (ETH). Trump também se declara o primeiro candidato à presidência estadunidense a aceitar doações por meio de criptomoedas.
O candidato democrata também investe em tokens não fungíveis (NFTs): segundo dados da OpenSea, maior plataforma de negociações do segmento, a coleção “Trump Digital Trading Cards” movimentou 15.815 ETH (ou R$ 227,6 milhões, segundo a cotação atual).
No geral, Trump demonstra defender que regulamentações rígidas podem afastar uma parcela significativa do seu próprio eleitorado. Em vez disso, discutir assuntos mais urgentes, como a inflação, imigração e drogas parece surtir mais efeito durante as suas campanhas.
O que dizem os democratas?
O atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, demonstrou repetidamente preocupações a respeito do uso das criptomoedas. Questões relacionadas à proteção dos usuários, estabilidade financeira e o potencial para lavagem de dinheiro estão entre as suas principais pautas.
Da mesma forma, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), Gary Gensler, está alinhado com os interesses de Biden: ele não vê as criptomoedas como ativos financeiros, e sim como títulos ou valores mobiliários.
Sendo assim, a legislação norte-americana, em sua forma atual, busca submeter as criptomoedas a regulamentações mais rígidas, muito similares às de ações de empresas e outros títulos bancários.
Apesar de a candidata democrata Kamala Harris ainda não ter dado um parecer mais sólido em relação ao assunto, a sua campanha possui alguns representantes do mundo cripto.
Segundo reportagem da Forbes, democratas pró-cripto estão pressionando a candidata para que ela adote uma postura menos incisiva em relação à regulamentação dos ativos digitais.
O líder da maioria do Senado, Chuck Schumer (D-NY), está buscando apoio da indústria de criptomoedas, uma vez que Biden é desfavorável ao setor. Schumer dará uma declaração especial durante o evento “Crypto4Harris”, apresentado por Mark Cuban, com o objetivo de arrecadar fundos para a candidata democrata.
Além do mais, Schumer defenderá um projeto de lei para ampliar a supervisão federal sobre criptoativos. No entanto, a iniciativa está enfrentando resistência por parte dos republicanos.
Um futuro ainda incerto
Os usuários de blockchain e cripto nos Estados Unidos aguardam uma decisão do governo federal, independentemente de quem for assumir o trono de ferro nos próximos meses. Faz muitos anos que nenhum dos dois lados chega a um consenso em relação ao tema, tornando a situação ainda mais exaustiva a todos os envolvidos.
Contudo, de acordo com as declarações mais recentes, os republicanos parecem enxergar os ativos digitais com um pouco mais de leveza. Já os democratas parecem ter entrado no meio da competição para obter pelo menos uma fatia do eleitorado favorável à tecnologia.
Segundo informações do InfoMoney, o Federal Reserve (Fed) tem intenção de cortar taxas em setembro, impulsionando a expectativa de queda de juros nos Estados Unidos. Com isso, ativos de risco, como ações e criptomoedas, podem ser diretamente beneficiados, o que tende a afetar as suas respectivas cotações.
Muitos desdobramentos a respeito do assunto ainda estão por vir, sendo que a desistência de Biden à reeleição e a entrada de Kamala podem trazer surpresas para o mercado blockchain e cripto. Enquanto isso, a comunidade aguarda os resultados das urnas com esperança.
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