‘Oi, sumido’: veja criptomoedas promissoras que foram esquecidas pelo mercado
De acordo com o CoinGecko, existem mais de 10.000 criptomoedas em circulação no mercado, mas somente duas mantiveram suas mesmas posições nos últimos cinco anos: o Bitcoin (BTC) e o Ether (ETH). Ambas se mantêm firmes como a maior e a segunda maior do mercado, respectivamente.
No entanto, muitas criptomoedas surgiram ao longo dos anos e tentaram roubar espaço dessas duas. Algumas chegaram a desafiar abertamente o Bitcoin ou o Ether, mostrando-se como o “novo Bitcoin” ou “novo Ether”. Só que todas elas acabaram caindo no ostracismo após terem seus “15 minutos de fama”.
Outras criptomoedas até chegaram com propostas diferentes e tiveram um relativo sucesso, mas depois se envolveram em crises internas ou não ganharam a adesão do mercado. Por isso, hoje vamos conhecer algumas criptomoedas que surgiram como promessas, mas caíram no esquecimento com a mesma rapidez que despontaram.
O original que não vingou
Por serem as maiores criptomoedas do mercado, BTC e ETH acabam atraindo a maior quantidade de mineradores, nós e usuários. Mas essas pessoas nem sempre conviveram pacificamente, o que teve como resultado várias divisões dessas redes ao longo da história.
O Ether (ETH), por exemplo, tem o seu mais famoso clone no Ethereum Classic (ETC), lançado em 2016. Ou melhor, o ETH é que poderia ser um clone do ETC. Explicando: em 2016, a rede Ethereum sofreu o ataque do The DAO, um dos maiores roubos de tokens da história. Depois do roubo, muitos usuários, incluindo o fundador Vitalik Buterin, concordaram e criar uma nova blockchain do zero, que é o atual ETH.
No entanto, um grupo foi contra essa decisão e decidiu manter a rede original com o ataque do The DAO, gerando assim o ETC. A decisão se mostrou equivocada visto que o ETC atingiu seu pico de preço em abril de 2021, valendo apenas US$ 140. Hoje, cotado a US$ 15, o ETC vale menos de 1% do ETH, mesmo sendo a rede original.
‘Rebelião’ que não deu resultado
O Bitcoin é a criptomoeda que mais sofreu divisões e gerou “clones” ao longo da história. E uma das divisões mais famosas ocorreu em agosto de 2017, com o surgimento do Bitcoin Cash (BCH).
Naquele ano, houve um forte debate entre os mineradores sobre a capacidade do Bitcoin processar transações. Uma parte dos mineradores propôs aumentar o tamanho dos blocos para resolver esse problema e tornar o Bitcoin mais “escalável”. Mas a maioria dos usuários temia que isso pudesse prejudicar a segurança da rede.
Após intensos debates, os proponentes dos blocos maiores saíram e criaram o Bitcoin Cash, que tinha blocos de 2 megabytes (MB). Durante alguns meses, o BCH chegou a se aproximar do BTC em termos de preço e de fato ameaçar sua liderança, só que isso não durou nem um ano. O BCH passou a sofrer com divisões e conflitos internos, o que também acabou por dividir a rede.
Hoje, o BCH vale pouco mais de US$ 200, ou cerca de 0,8% do valor do BTC. Mas existem outros “clones” que também não vingaram, como o Bitcoin Gold (BTG) e o Bitcoin Satoshi Vision (BSV) – este último que surgiu da divisão do BCH.
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Maiores ICOs de criptomoedas – e grandes fracassos
Um ano após a divisão do Bitcoin, o mercado de criptomoedas viu surgir a febre das Ofertas Iniciais de Moedas, conhecida pela sigla ICO. Nessa época, diversos projetos passaram a emitir seus próprios tokens de forma similar às emissões de ações, com o objetivo de captar dinheiro para seus projetos.
Quem mais se destacou nesse momento foi a EOS, criptomoeda criada pela Block.one através de uma ICO que ocorreu em julho de 2017. A oferta levantou mais de US$ 4,4 bilhões e até hoje é a maior ICO da história, mas de lá para cá a EOS enfrentou um verdadeiro inferno astral.
Os usuários e investidores acusaram a Block.one de não honrar com seus compromissos no desenvolvimento da EOS. Além disso, a empresa foi acusada de negociar tokens em exchanges como um esforço para inflar artificialmente os preços. Trata-se de wash-trading, o processo em que uma entidade atua simultaneamente como compradora e vendedora do mesmo ativo para aumentar artificialmente o volume ou manipular preços.
Posteriormente, a Block.one perdeu o controle da EOS, que passou para as mãos dos usuários. No entanto, seu preço jamais voltou a atingir as máximas históricas registradas em 2018.