Paraguai promete perseguir e punir mineradores clandestinos de Bitcoin

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As autoridades do Paraguai estão unidas em uma nova frente de combate: a mineração clandestina de Bitcoin, que tem causado prejuízos significativos ao Estado devido ao roubo de energia elétrica.

Em uma recente reunião, os representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário e da Administração Nacional de Energia Elétrica (ANDE) concordaram em articular ações conjuntas para coibir essa prática.

O primeiro passo dessa iniciativa é a assinatura do “Acordo de Cooperação Interinstitucional”, visando à perseguição e punição dos mineradores clandestinos de Bitcoin. O objetivo é identificar e responsabilizar os envolvidos nesse tipo de atividade ilegal, garantindo um processo judicial justo e célere.

O Supremo Tribunal de Justiça comprometeu-se a assegurar o devido processo nos casos relacionados à mineração clandestina de Bitcoin, agilizando os processos judiciais em andamento. Essa medida reflete a preocupação crescente das autoridades paraguaias com a expansão da mineração ilegal desde 2019, aproveitando os benefícios hidrelétricos do país.

Mineração de Bitcoin no Paraguai

De acordo com a ANDE, desde 2019, foram apresentadas 60 queixas-crime contra mineradores clandestinos, resultando em cobranças e apreensões de equipamentos. Desde 2023, foram realizadas 43 intervenções, totalizando uma potência de 90 MW, o que representa uma demanda quatro vezes maior que a cidade de Villarrica.

Essas atividades ilícitas não apenas prejudicam os interesses da ANDE, mas também comprometem a qualidade e a confiabilidade do serviço de energia elétrica prestado à população.

Em uma ação recente, a ANDE desmantelou uma fazenda de mineração de Bitcoin, apreendendo 723 equipamentos ASIC e 3 transformadores elétricos. A fazenda, localizada em um armazém, estava vinculada a um líder político local, Albino González Villalba, do Autêntico Partido Liberal Radical.

Joaquín Morinigo, membro da comunidade Bitcoin paraguaia, confirmou que o número de identificação do armazém correspondia a González Villalba, destacando a presença de políticos ligados à mineração no país. Morinigo questionou o destino dos recursos arrecadados pela ANDE com os contratos legais de mineração de Bitcoin, levantando preocupações sobre o investimento adequado desses fundos.

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  • 23 de Março, 2024