Pesquisa: 94% dos Bancos Centrais estão considerando emitir CBDC
Um novo levantamento do Banco de Compensações Internacionais (BIS) revelou que a maioria dos bancos centrais está explorando a emissão de moedas digitais, conhecidas como CBDC. De acordo com a pesquisa, 94% dos bancos centrais estão investigando a viabilidade de lançar suas próprias moedas digitais. Essa tendência crescente pode transformar a economia global nos próximos anos.
O estudo incluiu 86 bancos centrais de diversas regiões e mostrou um aumento no interesse por CBDCs em comparação com anos anteriores. Em 2021, por exemplo, uma pesquisa similar do BIS indicava que 90% dos bancos centrais estavam considerando essa inovação. Esse aumento reflete uma mudança na forma como os bancos centrais veem as moedas digitais como parte de suas estratégias futuras.
Além disso, os resultados destacam que os bancos centrais estão mais inclinados a emitir CBDCs de atacado antes de versões voltadas ao varejo. As CBDCs de atacado têm foco em instituições financeiras e bancos, deixando as transações mais seguras e eficientes no sistema financeiro. Em contraste, as CBDCs de varejo seriam acessíveis ao público para transações cotidianas.
Entre os bancos pesquisados, a maioria indicou que poderia lançar uma CBDC de atacado dentro de seis anos. Essa preferência se deve, em parte, aos desafios técnicos e regulatórios menores em comparação com as CBDCs de varejo. Afinal, estas requerem uma infraestrutura mais robusta para garantir segurança e acessibilidade universal.
Mais países interessados em CBDC
A pesquisa do BIS também revela que países ao redor do mundo estão em diferentes estágios de desenvolvimento de suas próprias CBDCs. A China, por exemplo, está na vanguarda dessa inovação, tendo já realizado vários testes com o yuan digital. Outros países, como a Nigéria e as Bahamas, também já emitiram suas próprias moedas digitais, tornando-se pioneiros nesta nova era financeira.
O interesse global por CBDCs tem várias razões. Uma delas é a necessidade de modernizar sistemas de pagamento, aumentar a inclusão financeira e combater o uso de criptomoedas não regulamentadas. A pesquisa do BIS observou que as stablecoins, um tipo de criptomoeda atrelada a ativos específicos como o dólar ou o ouro, são raramente usadas fora do ecossistema cripto. Isso indica um potencial limitado para stablecoins como meio de pagamento convencional. Dessa forma, reforçam a importância das CBDCs como uma alternativa mais segura e estável.
Outro ponto é que a criação de uma CBDC de varejo envolve vários desafios. Mais de metade dos bancos centrais entrevistados consideram questões como limites de detenção, interoperabilidade, opções offline e remuneração zero como aspectos críticos. Esses fatores são essenciais para garantir o uso de CBDCs de forma segura e eficiente pelo público em geral.
Além disso, a interoperabilidade entre diferentes sistemas de pagamento é uma preocupação significativa. Para que as CBDCs sejam amplamente adotadas, elas precisam ser compatíveis com as infraestruturas de pagamento existentes e futuras. As opções offline também são cruciais, especialmente em regiões onde a conectividade digital pode ser limitada.