Pirâmide de criptomoedas Indeal decreta falência após dar prejuízo de R$ 1 bilhão
A Indeal, empresa que prometia altos rendimentos mensais a partir de supostas aplicações com criptomoedas, decretou falência. A companhia operava sem a autorização do Banco Central ou da Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM). Apontada como um esquema de pirâmide financeira, a Indeal teria lesado mais de 23 mil pessoas em mais de R$ 1 bilhão.
De acordo com o portal GHZ, a Vara Regional Empresarial da Comarca de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, decretou a falência da empresa. Posteriormente, a Vara comunicou a decisão à 7ª Vara Federal de Porto Alegre.
Sobre o caso da Indeal
Conforme noticiou o CriptoFácil, a Indeal foi alvo de uma ação policial ainda em 2019. A Operação Egypto cumpriu dez mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão em diversas cidades do estado gaúcho e também em São Paulo. De acordo com a Polícia Federal (PF), além dos mandados, a Justiça expediu ordens de bloqueio de ativos em nome de pessoas físicas e jurídicas, de dezenas de imóveis e a apreensão de veículos de luxo.
A ação e questão apurou os crimes de operação de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, organização criminosa, desvio de valores, bem como emissão e venda de títulos e valores mobiliários.
No fim de 2022, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) apreendeu R$ 134 milhões em criptomoedas (na época) após pedido do governo brasileiro. De acordo com o DOJ, os fundos estavam vinculados ao esquema da Indeal e ao sócio Marcos Antônio Fagundes.
No ano seguinte, no mês de agosto, a Justiça Federal autorizou a venda de 3.537,21 Bitcoins que a PF apreendeu durante a ação contra a Indeal. A ideia era usar o valor da venda para reembolsar as vítimas do esquema.
Indeal decreta falência
Agora, com a falência decretada, os bens apreendidos pela Justiça, tais como imóveis, veículos e ativos financeiros, vão para a Vara Regional Empresarial da Comarca de Novo Hamburgo.
Além disso, a Justiça Federal não poderá mais aceitar novos pedidos de reserva de valores, penhoras e dados de endereços dos réus. Mas a ação penal que envolve a empresa e os seus sócios segue em curso e já está em fase de conclusão para sentença.
Vale destacar que, em setembro de 2021, a Justiça mandou soltar os três sócios da Indeal que haviam sido presos em agosto daquele ano. O juiz Guilherme Beltrami mandou soltar Ângelo Ventura da Silva, Francisco Daniel Lima de Freitas e Régis Lippert Fernandes.