Por que Fundação Ethereum vende ETH em vez de fazer staking?
A Fundação Ethereum, organização sem fins lucrativos que apoia o desenvolvimento da segunda maior blockchain do mundo, vem sendo alvo de questionamentos recentes pela comunidade. Isso porque a comunidade vem criticando a prática de vender, em vez de fazer staking, de suas reservas de Ether (ETH). Em resposta, o cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, detalhou as razões por trás dessa escolha.
A discussão teve início em uma publicação de Buterin nas redes sociais, no dia 25 de outubro, em que ele apresentou o roadmap para a verificação universal de light clients no Ethereum. Um usuário então pediu que Buterin parasse de vender, referindo-se a vendas recentes de pequenas quantidades de ETH por parte do programador.
Buterin respondeu prontamente, afirmando que não havia vendido nenhum token ETH no último mês. Além disso, ele afirmou que, na verdade, suas próprias reservas de Ether haviam aumentado nesse período. Esse comentário gerou uma nova pergunta, desta vez sobre a posição da Fundação Ethereum em relação às vendas.
Venda de Ethereum em vez de staking
Em sua resposta, Buterin listou motivos pelos quais a organização opta por liquidar parte de suas reservas de ETH. Entre as razões está a necessidade de financiar pesquisadores e desenvolvedores que contribuem para melhorias contínuas na rede, como o EIP-1559.
Esta proposta, já implementada, ajudou a reduzir os tempos de transação e os custos da rede. Além disso, os fundos provenientes das vendas de ETH também vão para o desenvolvimento de tecnologias de conhecimento zero (zero-knowledge) que visam aprimorar a privacidade dos usuários, abstrações de conta para maior segurança e a promoção global do Ethereum em eventos voltados para a comunidade.
De acordo com Buterin, esses investimentos ajudaram a fortalecer a segurança e a estabilidade do Ethereum, que não sofreu interrupções operacionais desde 2016.
A importância da neutralidade no mercado
Dados da plataforma de análise blockchain Scopescan revelam que a fundação vendeu 4.066 ETH recentemente. Isso representa um valor de mercado de mais de US$ 11 milhões. De acordo com cálculos da Scopescan, se a fundação decidisse fazer staking de seus 271 mil ETH, ela poderia obter um retorno anual de cerca de US$ 20,08 milhões, com a atual taxa de retorno de 3,1%.
Contudo, Buterin justificou que a fundação opta por não fazer staking para evitar a obrigação de tomar uma “decisão oficial” caso ocorra um hard fork com divergências entre os usuários. Segundo ele, a fundação deseja preservar a filosofia descentralizada da blockchain, permitindo que outras entidades assumam o papel de validar e fazer staking em nome da rede. Isso ajudaria a impedir que a fundação exerça uma influência desproporcional na governança da rede.
Para Buterin, o foco principal da Fundação Ethereum continua sendo o financiamento direto ao desenvolvimento e às operações da plataforma. Essa abordagem, argumenta ele, está mais alinhada com os objetivos de longo prazo do Ethereum e com o ideal de manter uma rede robusta, segura e descentralizada.
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