Por que o pareamento com ativos reais traz segurança às stablecoins?
As stablecoins têm ganhado destaque no cenário financeiro global por oferecerem a estabilidade das moedas fiduciárias aliada à eficiência das criptomoedas e a segurança das transações. Essas moedas digitais, lastreadas em ativos reais ou moedas tradicionais, proporcionam segurança e previsibilidade, tornando-se atrativas para empresas, investidores e usuários em transações.
Para aprimorar ainda mais o aspecto de segurança, as emissoras se movimentam para se adequar às regulações, além de aderir a iniciativas para criar padrões de qualidade. O BRZ, lançado pela Transfero Group, por exemplo, aderiu ao Stablecoin Standard, que reúne mais de 15 empresas para definir boas práticas de emissão e tornar as stablecoins mais seguras para o usuário.
Como forma de assegurar aos usuários a estabilidade das moedas, diferentes emissoras utilizam da auditoria para que os usuários possam acompanhar os resultados acerca das reservas de fundos. A USDC, por exemplo, uma das principais stablecoins do mundo, tem suas reservas financeiras auditadas por organizações independentes, como mostrou o blog da Nubank.
Lastro em ativos reais proporcionam estabilidade
O principal diferencial das stablecoins em relação a outras criptomoedas é sua capacidade de manter um valor estável ao vinculá-los a ativos tangíveis. O Tether (USDT), por exemplo, é pareado ao dólar americano e busca replicar seu valor. Essa estrutura oferece previsibilidade em transações e facilita sua aplicação em contratos financeiros e pagamentos internacionais. Além disso, as stablecoins estão se tornando uma alternativa prática para proteger recursos em mercados voláteis e realizar transferências de forma ágil, com custos reduzidos.
Por que o modelo é seguro?
- Vinculação a ativos reais: o pareamento com moedas fiduciárias ou commodities garante que as stablecoins estejam respaldadas por algo tangível, conferindo maior segurança e confiança aos usuários.
- Estabilidade de preço: ao evitar flutuações bruscas, essas moedas digitais são ideais para pagamentos e reserva de valor, preenchendo uma lacuna no mercado de criptomoedas.
- Conexão com o sistema financeiro tradicional: stablecoins têm um papel crucial na integração entre o mundo cripto e o financeiro tradicional, promovendo maior aceitação e uso por instituições financeiras e reguladores.
- Rede blockchain: a tecnologia permite o compartilhamento, de forma transparente, de informações na rede da empresa envolvida na operação. Devido ao caráter compartilhável e imutável, a blockchain dificulta as fraudes.
Iniciativas regulatórias
Em resposta a essas preocupações, diversas jurisdições estão desenvolvendo marcos regulatórios para as stablecoins mundialmente. Veja:
- Reino Unido: de acordo com matéria do Cointelegraph, à medida que mais de 12% dos adultos do Reino Unido possuem criptomoedas, a Financial Conduct Authority (FCA) divulgou um plano que visa implementar regulamentações até 2026.
- União Europeia: a UE aprovou, em 2023, o Regulamento dos Mercados de Criptoativos (MiCA) para construir um ambiente regulatório que atenda aos países do bloco.
- Estados Unidos: o tema ainda é complexo no país por envolver percepções distintas das principais agências reguladoras: a Securities and Exchange Commission (SEC) e a Commodity Futures Trading Commission (CFTC).
- Brasil: a regulamentação das stablecoins no Brasil segue a Lei nº 14.478/202, que estabelece que as empresas “prestadoras de serviços de ativos virtuais somente poderão funcionar no País mediante prévia autorização de órgão ou entidade da Administração Pública federal”.
A expectativa é que os países desenvolvam ainda mais a questão regulatória no que diz respeito à operação das stablecoins. Nesse sentido, a Exame noticiou que o Banco Central deve divulgar as novas regras para o mercado cripto até o final do primeiro semestre de 2025. Nessa leva, as consultas públicas incluem as stablecoins, como revelou o coordenador no departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC, Pedro Nascimento.
“Os prazos das consultas públicas se encerram entre fevereiro e março, incluindo a consulta pública sobre stablecoins. Vamos reunir as colaborações, as sugestões, e no primeiro semestre devemos divulgar as regras para o mercado”, detalhou o executivo.
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