Quadrilha ameaça filhos de proprietários de criptomoedas nos EUA, Hong Kong e Filipinas

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Nos últimos meses, uma série de sequestros e ataques violentos contra proprietários de criptomoedas tem alarmado autoridades e cidadãos em várias partes do mundo. As ocorrências, que antes eram mais comuns em áreas específicas, agora mostram um padrão global, com casos registrados em Hong Kong, Estados Unidos e Filipinas.

As quadrilhas, cada vez mais audaciosas, miram não apenas os proprietários, mas também seus familiares, especialmente crianças, na tentativa de extorquir grandes quantias em criptomoedas.

Casos relatados em Hong Kong foram os primeiros

O mais recente caso aconteceu em Hong Kong, onde duas mulheres foram presas após sequestrarem um menino de três anos. No dia 3 de julho, em um shopping no bairro de Tseung Kwan O, o menino foi raptado e um resgate de US$ 660.000, a ser pago em USDT foi exigido.

As autoridades de Hong Kong, lideradas pelo Superintendente Chefe do Organised Crime and Triad Bureau, Kwan King-pan, conseguiram localizar e resgatar a criança no dia seguinte. Kwan alertou o público sobre a capacidade da polícia em rastrear transações de criptomoedas, desmentindo a ideia de que seriam difíceis de rastrear.

Esse incidente é apenas um exemplo do crescente número de crimes relacionados a criptomoedas em Hong Kong. Em março, um jovem de 19 anos foi atraído para um quarto de hotel sob o pretexto de uma negociação de criptomoedas. Lá, foi confrontado por nove indivíduos que exigiram que ele entregasse HK$ 180.000 ganhos em negociações. Dois dos agressores o espancaram com tacos de beisebol.

Outro caso envolveu uma investidora de criptomoedas de 55 anos, sequestrada em maio em Sheung Shui. Quatro homens pararam seu carro, atacaram seu marido com uma arma de choque e a sequestraram. Ela foi liberada após uma hora, mas o incidente estava relacionado a uma disputa de investimento de US$ 1,9 milhão em criptomoedas.

Estados Unidos e Filipinas registram crimes parecidos

Nos Estados Unidos, a situação também é alarmante. Remy St Felix, de 24 anos, foi condenado por liderar uma “equipe de assaltos” que visava proprietários de criptomoedas em quatro estados.

Em abril de 2023, St Felix e um cúmplice invadiram a casa de uma vítima, agrediram-na, amarraram-na e a mantiveram sob a mira de uma arma enquanto outros conspiradores transferiam mais de US$ 150.000 em criptomoedas da conta da vítima. Este caso é apenas um exemplo das muitas invasões violentas de residências relacionadas a criptomoedas nos Estados Unidos.

Nas Filipinas, a situação é igualmente alarmante. Empresários chineses têm sido alvo de sequestros, com resgates exigidos em criptomoedas. Dois homens, Xia Kefu an e Sun Jing, foram sequestrados e mantidos em cativeiro. Em 21 de junho, suas famílias receberam exigências de US$ 2 milhões em USDT para sua libertação. Infelizmente, ambos foram encontrados mortos perto de Manila em 27 de junho.

Caso registrado na Europa chama atenção

Os crimes relacionados as criptomoedas não estão limitados a essas regiões. Em Bruxelas, durante a EthCC, participantes relataram nas redes sociais terem sido vítimas de agressões. A convergência de tecnologia e crime tem criado um cenário onde os criminosos veem nas criptomoedas uma oportunidade lucrativa, apesar dos riscos.

O aumento desses crimes coloca um novo desafio para as autoridades em todo o mundo. A rastreabilidade das criptomoedas, que inicialmente parecia limitada, está sendo explorada pelas forças policiais para combater essas quadrilhas. No entanto, a velocidade e a sofisticação com que os criminosos adaptam suas táticas representam uma ameaça constante.

Casos de sequestro poderiam chegar no Brasil?

Investidores brasileiros em criptomoedas também estão vulneráveis a essa crescente onda de crimes violentos que tem ocorrido em diversas partes do mundo. Com o aumento da popularidade das criptomoedas no Brasil, os criminosos estão cada vez mais atentos a esses ativos valiosos, vendo neles uma oportunidade lucrativa para extorsão.

A falta de regulamentação específica no país pode dificultar a proteção e o rastreamento das transações, aumentando a sensação de impunidade para os criminosos. Além disso, a exposição pública de investimentos em criptomoedas, seja em redes sociais ou em círculos sociais, pode tornar os investidores alvos fáceis para sequestros e invasões de domicílio.

Autoridades tentam inibir, mas resultado é incerto

As autoridades em Hong Kong, EUA e Filipinas estão tomando medidas para combater essa crescente ameaça. Em Hong Kong, a polícia enfatiza sua capacidade de rastrear transações de criptomoedas, desincentivando os criminosos que acreditam na dificuldade de rastreamento.

Nos EUA, a condenação de St Felix é um exemplo do sistema judicial agindo com rigor contra crimes violentos relacionados a criptomoedas. Nas Filipinas, a descoberta dos corpos de Xia Kefu e Sun Jing mostra a gravidade da situação e a necessidade de ações mais efetivas.

Os proprietários de criptomoedas devem estar cientes dos riscos e tomar medidas para proteger seus ativos e suas famílias. O uso de cold wallets, que não estão conectadas à internet, é uma forma de aumentar a segurança. Além disso, evitar a divulgação de informações pessoais e financeiras online pode reduzir a exposição a criminosos.

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  • 13 de Julho, 2024