Solana: a blockchain que promete transações mais rápidas e baratas
Com o crescimento do volume de operações no Ethereum, a lentidão e os custos da transação em sua rede se tornaram maiores. Mas a blockchain Solana surgiu como uma alternativa a esses apertos. Com a promessa de maior velocidade e taxas mais baixas, a rede já atraiu mais de 150 projetos.
Desde agosto de 2021 a moeda SOL, da Solana, apresenta altas consecutivas e desperta muito interesse do mercado. O token foi o ativo digital que mais se valorizou, segundo levantamento realizado pela QR Asset Management e ficou acima de US$ 200. Na ferramenta Google Trends, do Google, que aponta os termos mais buscados (e, portanto, os que despertam maior interesse), mostrava que o termo “como comprar Solana” estava entre os mais buscados.
O motivo do sucesso que leva a valorização da criptomoeda e o aumento do interesse decorrem da busca por alternativas ao Ethereum, além do aumento do interesse em soluções de DeFi, taxas mais baixas de transação e maior velocidade nas operações que o projeto criada por Vitalik Buterin. A rede consegue processar 50 mil transações por segundo.
Se você também está de olho na tendência de valorização do token, confira aqui as dicas para comprar a moeda SOL e também como fazer staking em Solana.
- O que é a Solana?
- Quais as inovações da rede?
- Por que é uma alternativa à Ethereum?
- Onde comprar o token SOL?
- Wallets da Solana
- Como fazer staking com Solana?
- O que a exchange Serum e a Solana têm em comum?
O que é Solana?
Solana é um projeto para melhorar a performance e escalabilidade de aplicações em blockchain, além de ser uma rede que fornece soluções financeiras descentralizadas (DeFi) para simplificar a criação de aplicativos descentralizados.
O projeto tem um código aberto altamente funcional. Ele foca em soluções para finanças descentralizadas (DeFi) ao unir os conceitos de consenso proof-of-history (PoH) com proof-of-stake (PoS). Esse modelo híbrido atrai o interesse tanto de investidores institucionais quanto de usuários de menor porte, mantendo a promessa de baixos custos de transação.
Quem criou?
A publicação do whitepaper foi em fevereiro de 2018, mas o lançamento oficial da rede principal (mainnet) e do token SOL para o público aconteceu em março de 2020 pela Fundação Solana, que fica sediada em Genebra, na Suíça.
O criador da Solana é Anatoly Yakovenko, engenheiro de software com passagens pela Qualcomm e Dropbox. Ele desenvolveu o projeto em 2017 em parceria com Greg Fitzgerald. Na ocasião, fundaram um projeto chamado Solana Labs, que atraiu outros profissionais da área, ex-colegas de ambos na Qualcomm.
Quais são as inovações da Solana?
A principal inovação é a combinação de mecanismos de consenso de prova de história (PoH) e prova de aposta (PoS). Esse conceito permite maior escalabilidade do protocolo, o que, por sua vez, aumenta a usabilidade.
O PoH registra as operações bem-sucedidas e o tempo decorrido entre elas. Já a prova de aposta (PoS) é utilizada como ferramenta de monitoramento dos processos de PoH e valida cada sequência de blocos produzida. A rapidez no processamento decorre deste protocolo híbrido, que permite tempos de validação reduzidos para a transação e execução de contrato inteligente.
Além disso, uma das principais promessas de Solana é que os usuários não serão surpreendidos com o aumento de taxas e impostos, pois o protocolo é projetado para ter baixos custos de transação.
Por que a Solana é uma alternativa ao Ethereum?
Em sua página oficial, a blockchain afirma que tem capacidade para processar 50 mil transações por segundo, oferecendo diversas inovações aos usuários. Desde outubro do ano passado, com o sucesso do DeFi, que elevou os custos do Ethereum, a Solana lançou o Wormhole.
Conhecida como a principal bridge de interoperabilidade entre blockchains, a Wormhole possui integração com a rede Solana, Binance Smart Chain, Ethereum, Polygon, Terra, Oasis e Avalanche.
O nome brinca com a denominação de um conceito ligado a viagens espaciais. Os wormholes são estruturas hipotéticas que funcionariam como uma espécie de conexão entre dois pontos no espaço-tempo. Porém, no caso do blockchain, ela liga a congestionada Ethereum à rede da Solana.
“O Wormhole permite que projetos, plataformas e comunidades já existentes movam ativos tokenizados sem interrupções”, diz a empresa em seu blog. Assim, elas podem “se beneficiar com a alta velocidade e o baixo custo da Solana”.
A decisão de criar essa “ponte” entre as duas redes considera não fazer sentido esperar que todo um ecossistema migre para uma rede nova. Além disso, não é possível esperar até que uma migração em massa ocorra. Portanto, em vez de as equipes terem de reescrever os códigos, adaptando-os à Solana, elas só precisam usar o Wormhole para transferir os ativos de uma rede à outra.
Solana realmente oferece maior escalabilidade e velocidade?
Em outro post de seu blog, a empresa também promete oferecer escalabilidade aos projetos. “O objetivo é garantir que não só ela seja acessível a todos, mas que também possa ser escalável o bastante para suportar a demanda do mundo real”.
No ano passado, a empresa por trás da stablecoin USDC anunciou que a moeda — originalmente lançada na Ethereum — chegaria à Solana. Ao listar as vantagens da nova rede, a empresa cita a velocidade das transações. Além disso, afirma no comunicado que a rede opera com “taxas de transação de custo extremamente baixas”.
Também em 2020, o Audius — uma espécie de Spotify descentralizado — migrou parte de seus serviços para a Solana. A plataforma do Audius é similar à de outros streamings de música, mas com a diferença que ele permite que o artista defina os próprios termos. Na ocasião, a empresa justificou a mudança em função dos custos mais altos e da lentidão na rede Ethereum, segundo o CoinTimes.
Em abril de 2021, a Solana anunciou o Star Atlas, que pode ser definido como um ambiente virtual de última geração, no qual é possível criar, jogar e aprender com outros jogadores de todo o mundo. A plataforma é a primeira da blockchain Solana e contribuirá para a disseminação de NFTs da plataforma.
Outra novidade foi o Solstarter, a primeira oferta inicial de exchange descentralizada (IDO) da Solana, iniciativa que aponta para mais fluxo de capital para novos projetos.
Fork da rede em 2021
A rede teve que ser reiniciada depois de apresentar problemas para validar as transações, de acordo com a conta do Twitter administrada pelo projeto Solana. O problema ocorreu após uma sobrecarga que causou o que é conhecido como negação de serviço ou denial of service (DoS), em inglês.
Segundo a equipe de desenvolvedores do protocolo, a rede estava recebendo cerca de 400 mil transações por segundo, o que levou à instabilidade e sobrecarga que tirou a rede do ar devido ao excesso de transações geradas por robôs que tentavam participar da IDO – sigla em inglês para oferta inicial feita por uma exchange descentralizada – conduzido pela Raydium.
Essa situação provocou uma grande entrada de novos usuários e bots na rede, o que causou uma sobrecarga generalizada e à necessidade de reinicialização. As transações sobrecarregaram os nós distribuídos pela Solana, o que levou ao aumento da memória utilizada, levando ao travamento e fazendo a rede parar de produzir blocos. Para resolver o problema, os validadores de rede atualizaram e reiniciar a rede por hard fork, a partir do último bloco confirmado.
“Basicamente a rede ficou offline por excesso de transações. Por mais que os white papers afirmem que a rede suporta um certo número de transações, só com os testes de estresse da vida real podemos dizer se a rede realmente suporta aquele volume”, afirmou o analista da Mercurius Crypto, Orlando Telles.
No período, a rede Solana prometia ser capaz de lidar com 40 mil transações por segundo, mas o movimento mostrou gargalos no processo de validação.
Instabilidades em 2022
A rede Solana sofreu uma grande instabilidade em abril de 2022 pela sobrecarga de transações. Com a instabilidade, a rede Solana ficou completamente inoperante durante sete horas, tempo necessário para o problema ser solucionado.
De acordo com desenvolvedores do projeto, o problema aconteceu devido ao aumento artificial da emissão de tokens não-fungíveis (NFTs) na Candy Machine, uma plataforma da Solana para criação de NFTs. No total, bots congestionaram a rede com mais de 4 milhões de transações por segundo.
Essa não foi a única vez que a rede teve problemas com bots que registram múltiplas transações. Por exemplo, em janeiro de 2022 a plataforma ficou inoperante por 18 horas.
Onde comprar o token da Solana (SOL)?
Em função de todas essas inovações, a criptomoeda da Solana (SOL) tem se valorizado e ganhado espaço nas principais corretoras de criptomoedas. Então, para comprar o token SOL, basta ter uma conta em uma exchange na qual ele esteja listado.
Quantos tokens SOL existem?
A Fundação Solana anunciou um limite de 489 milhões de tokens SOL. A distribuição de token SOL foi distribuída da seguinte forma:
- 16,23% para venda inicial;
- 12,92% destinados à venda da fundação;
- 12,79% para membros da equipe;
- 10,46% entregues à Fundação Solana;
Os tokens restantes foram liberados para a venda pública e privada ou ainda serão lançados no mercado.
Wallets da Solana
O primeiro passo para começar a fazer transações na blockchain Solana é criar uma carteira. Também chamadas de wallet, são dispositivos ou aplicativos que armazenam uma coleção de chaves, sendo utilizados para enviar, receber e rastrear a propriedade de criptomoedas.
A blockchain suporta vários tipos de carteira, mas recomenda aos usuários as wallets de aplicativos ou disponíveis para navegadores na web. Desenvolvedores e pessoas com conhecimento avançado também podem optar pelas wallets de hardware.
Aplicativos para smartphone
- Exodus: gráficos em tempo real e suporte 24 horas por dia, 7 dias por semana;
- Trust Wallet e Coin98: apps para enviar e receber tokens SOL, mas não suporta staking;
- Zelcore: carteira com várias moedas que agora suporta SOL e todos os tokens Solana (SPL).
Wallets na Web
- Phantom: extensão suportada pelos principais navegadores;
- SolFlare.com: carteira da web sem custódia criada pela comunidade especificamente para a Solana;
- Sollet.io: carteira da web sem custódia criada pela equipe do Project Serum. A sollet.io pode ser usada para enviar e receber SOL e qualquer token SPL.
- MathWallet: oferece suporte a endereços de carteira para enviar e receber Tokens SOL e SPL por meio de extensão de navegador.
Wallets de hardware
A Solana suporta as wallets de hardware Ledger Nano S e Ledger Nano X. A principal diferença entre elas é que o Nano X se conecta a dispositivos iOS, enquanto o Nano S só funciona com desktops e androids. Ambas aceitam as mesmas moedas.
Antes de usar uma dessas ferramentas, é recomendado instalar as ferramentas Solana CLI. Além disso, é importante proteger as carteiras por senhas de segurança, pois qualquer pessoa que tiver acesso ao seu dispositivo poderá verificar e transferir seus tokens.
Como fazer staking com Solana?
Staking é uma forma de gerar renda passiva, validando transações e mantendo a integridade da blockchain. Além disso, quem faz staking tem participação no desenvolvimento da rede e gera receita com os protocolos.
Em redes descentralizadas como a Solana, qualquer pessoa pode se tornar um validador. À medida que mais detentores de tokens escolhem usar suas moedas SOL, a rede se torna mais segura. Assim, quem contribui para proteger a rede também recebe recompensas para isso.
Para começar a fazer isso é preciso ter tokens Solana, que não podem ser armazenados na rede do Ethereum. É possível fazer a validação dos tokens por meio de uma corretora, como a Binance, de uma das carteiras, como a Exodus ou a SolFlare, ou seguindo as próprias dicas da Solana, em seu guia.
SolFlare
Para quem tem uma wallet SolFlare, basta definir o quanto aplicar no staking. Lembre-se de não utilizar todo o saldo da carteira, pois será necessário pagar as taxas de transação. Ao ser criada, a conta de staking aparece na guia Your Staking Accounts.
Depois de selecionar o valor, para iniciar a validação basta pressionar Delegate Now, clicar em avançar e inserir sua senha.
Exodus
Na versão mobile, basta abrir o app, clique no ícone no canto superior direito (que se parece com uma medalha). Em seguida, escolha Earn Staking Rewards e selecione o valor desejado.
Para a opção de desktop, abra a sua carteira Solana no Exodus, em seguida, vá para o lado direito e clique nos três pontos e, depois, em Opções avançadas. Na sequência, vá para a guia de staking e selecione o valor desejado.
Binance
Os usuários da Binance devem abrir a guia finanças, na barra de navegação superior, e clicar em Binance Earn. Na guia Moedas, pesquise a opção SOL, confirme a quantidade e escolha o período em que os tokens ficarão bloqueados. Depois da confirmação, é possível visualizar as moedas na opção Carteira na barra de navegação, indo para Visão geral e, por fim, clicando na guia Ganhar, que pode ser encontrada na barra lateral.
O que a exchange Serum e a Solana têm em comum?
Em uma parceria da Solana, a FTX usou essa rede para criar a exchange descentralizada Serum. Em entrevista concedida no fim de 2020, Carlos Russo, CFO da Transfero, classificou o Serum como “um projeto interessante por replicar um ambiente de exchange de forma totalmente descentralizada e, por isso, estar imune a qualquer interferência regulatória e governamental”.
Além disso, o Serum oferece dois tokens diferentes: Serum (SRM) e MegaSerum (MSRM). O SRM não só rende recompensas e garante taxas menores do Serum, mas também é um token de governança. Ou seja, quem tem SRMs pode opinar em decisões do projeto. Enquanto a vantagem do MSRM, segundo o site do projeto, é que ele paga recompensas um pouco maiores do que a do SRM.
O post Solana: a blockchain que promete transações mais rápidas e baratas apareceu primeiro em PanoramaCrypto.