Stablecoins ganham tração como solução para pagamentos internacionais

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A modernização da infraestrutura de pagamento, recorrente nos últimos anos, tem como objetivo resolver uma série de questões relacionadas à agilidade, custos, inclusão, transparência, disponibilidade e integração global. Nesse sentido, as stablecoins despontam como uma resposta aos gargalos do mercado de transferências financeiras, com um volume de transações que pode superar o de pagamentos tradicionais em menos de uma década.

Em artigo publicado na FXC Intelligence, especialistas do setor avaliaram que a programabilidade será uma área-chave das moedas digitais de caráter estável e, por meio dela, surgirá um leque de oportunidades para os mais diversos setores da economia. Dentre as possibilidades, destacam-se, em contexto internacional, os pagamentos comerciais mediante a entrega de mercadorias e a verificação de etapas; pagamentos de salários em tempo real, o que possibilita a quitação da folha de pagamento de maneira global; e liquidação de comerciantes em marketplaces.

Fatores como a sanção do Genius Act, nos Estados Unidos, que estabelece diretrizes para uso, emissão e manutenção das stablecoins também impulsionam o uso desse tipo de criptomoeda. A aprovação, na visão do diretor de produtos e tecnologia da MoneyGram, Luke Tuttle, elimina a pressão regulatória e permite que o mercado se concentre no uso e nas soluções de stablecoins.

Consumidores, empresas e instituições se beneficiam

O uso de stablecoins está deixando de ser restrito ao universo cripto para se tornar uma solução concreta e versátil para consumidores, empresas e instituições financeiras. No contexto dos pagamentos internacionais, empresas já podem aproveitar essas moedas digitais estáveis em diversas frentes.

No varejo e no consumo, as stablecoins viabilizam pagamentos peer-to-peer instantâneos, remessas internacionais e até mesmo programas de fidelidade e crédito programável. Do ponto de vista das empresas, destacam-se os pagamentos B2B com liquidação quase imediata, a integração de soluções financeiras em marketplaces e o uso de ferramentas de gestão de caixa com base em tokens.

Já no nível institucional, as stablecoins viabilizam serviços como liquidação interbancária, tokenização de ativos do mundo real, transações financeiras internacionais on-chain e até empréstimos descentralizados.

A amplitude dessas aplicações permite que as empresas adaptem sua estratégia conforme seu porte, setor e objetivos de expansão. Para isso, é essencial avaliar o potencial de impacto e traçar um roteiro de adoção, de forma a priorizar as iniciativas com maior retorno operacional e financeiro.

Motivos para pagar com stablecoins

Embora os pagamentos transfronteiriços tradicionais ainda sejam predominantes, eles apresentam limitações em comparação ao uso de stablecoins. Um dos principais benefícios é a velocidade da transação, uma vez que em sistemas legados pode levar de um a cinco dias úteis. Em casos de comércio de produtos perecíveis, a demora pelo pagamento pode gerar atritos e perdas para as partes envolvidas. Com as stablecoins, a liquidação quase instantânea elimina esse problema.

Outro aspecto que estimula o uso das moedas digitais é o custo reduzido. Enquanto transferências internacionais sofrem com taxas de US$ 15 a US$ 50 por transação ou  sofrem com acréscimos de 1,5% a 3,5% em cartões de crédito, o valor correspondente nas transações via stablecoins é menor do que US$ 0,10. Por operarem sem fronteiras, com taxas mínimas de câmbio ou até mesmo inexistentes, se distanciam da intermediação e taxas adicionais de câmbio aplicadas nos sistemas tradicionais.

A operação via blockchain também é um diferencial da economia digital ao promover segurança, transparência e programabilidade. A automação, fundamental para contratos inteligentes, reduz riscos manuais e favorece a programabilidade habilitada por contratos inteligentes, como mostra o artigo de Matt Higginson e Garry Spanz para a McKinsey. Apesar da segurança criptográfica, é preciso estar atento ao roubo de chaves ou carteiras.

Para além de uma solução para grandes empresas, o uso das stablecoins oportuniza mercados emergentes que, por vezes, sofrem com inflação elevada e com a falta de acesso a bancos por parte da população. Dessa forma, viabiliza o surgimento de novos horizontes comerciais e democratiza o sistema financeiro.

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  • 4 de Agosto, 2025