Stablecoins oferecem soluções B2B e B2C

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As stablecoins, moedas digitais que combinam a estabilidade de moedas fiduciárias e a segurança e praticidade das criptomoedas, estão tendo maior adesão do mercado tanto no B2B (Business-to-business) quanto no B2C (Business-to-consumer). As aplicações ocorrem desde pagamentos de viagens e hospedagens, até remessas e comércios internacionais. 

De acordo com a Receita Federal, essas moedas têm participação de quase 70% dos R$ 247,8 bilhões contabilizados em operações de criptoativos de janeiro a setembro de 2024, o que evidencia sua relevância no mercado. Visto isso, o Banco Central se mostrou favorável à alteração do Marco Legal das Criptomoedas no Brasil a fim de regulamentar os ativos virtuais projetados para manter um valor estável.

Movimentações como a da Circle, que integrou o USDC aos sistemas nacionais de pagamento do Brasil e do México, revelam a expansão e a aceitação de ativos digitais estáveis em diversos países. Com esse feito, empresas podem acessar diretamente a USD Coin a partir das instituições financeiras locais. Como resultado, as transações desse tipo tendem a ser mais comuns tanto para pessoas jurídicas quanto físicas.

Empresas 

Imagem gerada por Inteligência Artificial

Por movimentarem uma grande quantia, muitas vezes em países diferentes, as organizações precisam encontrar maneiras mais eficientes de efetuar as trocas comerciais. Com isso, as criptomoedas surgiram como uma alternativa aos processos burocráticos empregados em bancos. Em especial, as stablecoins oferecem uma estabilidade que os outros ativos digitais não podem garantir e, por isso, são uma escolha mais segura para as partes envolvidas no comércio.

Comércio exterior

Uma das principais aplicações dos criptoativos estáveis se dá no comércio exterior, uma vez que as partes podem realizar movimentações de forma rápida, segura e a por meio de uma moeda de menor volatilidade. Devido às vantagens desse tipo de operação, as instituições financeiras tradicionais acrescentam criptoativos ao seu portfólio, como é o caso do Bradesco.

A necessidade dos clientes em operar de forma mais barata e eficiente aliada ao ganho operacional que a stablecoin traz, motivou o banco brasileiro a criar um projeto piloto para garantir uma relação comercial internacional mais dinâmica.

Segundo o diretor da área Internacional e de Câmbio do Bradesco, Roberto Medeiros, em matéria do Valor Econômico, a operação se dá com o exportador vendendo o produto no exterior e o importador pagando em stablecoins à infraestrutura em blockchain Parfin. Essa, por sua vez, envia ao banco em dólares o valor equivalente ao que recebeu em moedas digitais estáveis. Por fim, o banco converte esse valor em reais e o direciona ao exportador.

Pagamentos de salários

Diferente das maneiras tradicionais de receber o salário, a remuneração em moedas digitais estáveis se tornou uma alternativa mais segura, rápida e de menor custo para muitas empresas e colaboradores. Em países que sofrem com a inflação elevada, como é o caso da Argentina, essa opção é sinônimo de proteção de patrimônio.

Para realizar a transação, as contratantes podem recorrer às carteiras digitais, as quais o contratado escolhe o tipo de ativo digital que vai receber e compartilha o endereço eletrônico para poder receber a quantia devida. É possível recorrer, também, às exchanges e, por meio delas, converter os ativos digitais em investimentos ou em moeda fiduciária.

Pessoa física

Imagem gerada por Inteligência Artificial

Apesar de operações em stablecoin estarem mais associadas às transações corporativas, como o envio de remessas e comércio internacional, ele também pode servir para pagar viagens, compras online e aquisições do cotidiano. Confira alguns exemplos a seguir.

Pagamentos cotidianos

À medida que as criptomoedas ganham espaço cada vez maior no setor econômico, negócios passam a se movimentar para atender às novas demandas dos consumidores e aceitá-las como forma de recebimento. Dessa forma, lojistas já conseguem, por meio da plataforma Transfero Group, por exemplo, receber pelos seus produtos e serviços. Os clientes, por sua vez, têm uma variedade maior na forma de quitação e, portanto, maior liberdade para escolher como efetuá-lo.

Para o CEO da Transfero, Marlyson Silva, essa solução atende tanto o consumidor final, uma vez que há maior adesão ao uso de criptoativos, quanto a empresa. Isso se dá através de um sistema seguro que não demanda do lojista a expertise em operar a compra e venda de criptomoedas e garante uma experiência mais diversificada e confiável.

“A conversão de cripto para real acontece de forma simples e segura: quando alguém faz uma cobrança em reais, o aplicativo calcula o valor equivalente na criptomoeda selecionada como método de transferência de acordo com o melhor preço disponível no mercado e em tempo real”, explicou o executivo.

Um dos cases da empresa é a parceria com a rede de supermercados Zona Sul, que começou a aceitar criptomoedas como bitcoin (BTC), ether (ETH), solana (SOL), BNB, USDC, USDT, ARZ, BRZ e EuroC. Ainda em fase de testes, a estratégia tem como principal foco estrangeiros e turistas. Além de aproveitar a localização privilegiada das lojas, próximas a pontos turísticos, a iniciativa oferece aos viajantes maior flexibilidade financeira ao permitir que utilizem criptomoedas em vez de ficarem “presos” às moedas adquiridas para a viagem, conforme destaca o gerente de digital do Zona Sul, Vitor Monteiro.

Compras online 

As compras online também representam uma parcela relevante das operações com stablecoin. Isso se deve à diversificação que as marcas estão adotando na hora de vender produtos e serviços. A Time Magazine, por exemplo, recebe criptomoedas para a assinatura da revista. Da mesma forma, a varejista online de itens eletrônicos NewEgg abrange diversos ativos digitais como Ethereum, Litecoin, Dogecoin, Bitcoin e outras. Outras empresas no ramo de entretenimento, hospedagem, varejo e de serviços de viagem já admitem a stablecoin. 

Viagens internacionais

O setor de turismo também pode se beneficiar desses criptoativos estáveis ao seguir os passos da plataforma cripto-nativa de reservas de viagens Travala. A empresa permite que os clientes façam o pagamento de hotéis, passagens aéreas e atividades selecionadas a partir de uma variedade de mais de 100 criptomoedas, incluindo USDT e USDC. Recentemente, a rede Solana passou a ser aceita e, com isso, também as stablecoins que operam nela.

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  • 27 de Janeiro, 2025