Stablecoins oferecem soluções distintas para os países
As stablecoins têm demonstrado ser uma solução para as necessidades específicas de diferentes regiões, principalmente aquelas de economia emergente. Na Argentina e na África, por exemplo, elas estão desempenhando papéis distintos, mas igualmente relevantes, para mitigar desafios econômicos.
Enquanto na Argentina as stablecoins oferecem uma alternativa para a preservação de valor em uma economia marcada por inflação e controles cambiais, na África elas facilitam a inclusão financeira e impulsionam o comércio transfronteiriço. A operação, no entanto, se estende para outros países e pode servir até mesmo como uma porta de entrada para o universo cripto.
Inflação na Argentina
A Argentina enfrenta uma crise econômica prolongada, caracterizada por uma inflação descontrolada e pela desvalorização do peso. De acordo com o InfoMoney, a taxa anual de 2024 alcançou 193%, afetando o poder de compra da população e motivando-a a buscar alternativas para proteger seu patrimônio.
As stablecoins vinculadas ao dólar americano surgiram como uma solução para esse problema. Uma vez que não apresentam a volatilidade característica das criptomoedas e carregam a segurança proporcionada pela blockchain, elas se tornam uma das melhores opções para resguardar o patrimônio.
No país latino-americano, a cripto de maior adesão, segundo o CEO da plataforma argentina de criptos Satoshi Tango, Matias Bari, é a USDT. Ele avalia que a escolha da moeda se dá “por ser a mais usada e a de maior capitalização de mercado”, alcançando a marca de R$ 835,89 bilhões.
Busca por inclusão financeira na África
O continente africanoenfrenta a falta de acesso a serviços bancários tradicionais, o que exclui parte da população do sistema financeiro. As stablecoins, por serem mais acessíveis – já que não dependem de acesso aos bancos tradicionais – preenchem essa lacuna, permitindo transações seguras e econômicas. Essa inclusão financeira cria oportunidades para indivíduos que antes não tinham meios de economizar ou investir seus recursos.
Outro uso relevante dessas moedas digitais no continente é na facilitação de remessas internacionais. Com taxas elevadas e atrasos nos sistemas tradicionais de transferência de dinheiro, o fluxo eficiente de recursos é prejudicado. Nesse sentido, o CoinMarketCap reportou que o CEO da Tether, Paolo Ardoino, ressaltou o papel das moedas digitais estáveis para superar as barreiras existentes e fortalecer a comunidade local e as economias globais.
“As stablecoins, particularmente a Tether (USDT), fornecem uma ferramenta financeira estável e acessível que aborda desafios reais do dia a dia, como instabilidade cambial, acesso limitado a moedas estrangeiras e altos custos de remessa. As populações desbancarizadas e mal atendidas em toda a África precisam de opções flexíveis e seguras que conectem os sistemas econômicos globais e fortaleçam as comunidades locais”, disse o executivo.
O CEO avaliou ainda que a “crescente adoção do Tether em países como Nigéria, Quênia e África do Sul ressalta que essas moedas não são meramente uma alternativa, elas são um catalisador para o crescimento econômico inclusivo”.
Stablecoins têm influência global
Apesar do destaque dado à Argentina e ao continente africano, as stablecoins são emitidas por outros países, como Brasil e El Salvador. No país da América Central, o seu uso segue uma dinâmica complementar à adoção do bitcoin como moeda legal. Recentemente, a Alloy by Tether (aUSDT), se estabeleceu como a primeira stablecoin registrada emitida e regulamentada em El Salvador.
Já no Brasil, o BRZ, lançado em 2019 pela Transfero, desempenha também a função de simplificar a integração com mercados globais e facilitar a entrada no ecossistema cripto através da estabilidade e segurança em negociações dentro de exchanges e aplicações descentralizadas (DeFi).
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