Stablecoins simplificam desde pagamentos locais até transações internacionais
A necessidade por métodos integrados de pagamentos digitais que permitam maior liberdade e versatilidade em aplicações cotidianas pessoais ou corporativas motivou debates durante o Web Summit Rio 2025. Nas ocasiões, o CEO da Transfero Group, Marlyson Silva e o CEO da Conduit, Kirill Gertman, destacaram a simplificação do acesso e o potencial de solucionar problemas reais como pontos favoráveis para a escalada na adoção de criptomoedas como as stablecoins.
Com abordagens complementares, os executivos exemplificaram como a tecnologia blockchain, aliada à educação e ao foco no uso real dos ativos, pode servir tanto para pagar um café quanto para enviar remessas internacionais de valores mais altos.
Cripto na mala
Durante o painel “how blockchain is quietly reshaping your world”, Silva compartilhou a perspectiva e experiência de uso prático da blockchain na solução de problemas. Ele afirmou que “cripto não é apenas sobre preço ou tecnologia, é sobre construir algo que todos possam usar”. Em viagens internacionais, por exemplo, a stablecoin lastreada no real, a BRZ, é de 3% a 5% mais econômica do que o cartão de crédito.
Além de representar uma redução de custos, a escolha por ativos digitais elimina a preocupação em trocar dinheiro em casas de câmbio e, a consequente volatização dessas transações. “Com o mesmo cartão digital, já usei meus ativos no Brasil, Argentina, Dubai, Catar, Nova York, Chile, México, Lisboa e Suíça. Tudo com o mesmo ativo digital. Isso é liberdade”, exemplificou Silva.
Para o CEO da Transfero, o uso de ativos digitais será maior na medida em que população e instituições recebam mais instruções. “Ainda falta educação e testes. Sem testes reais, o regulador não consegue criar normas adequadas e nem entender como controlar o mercado. Então sim, ainda estamos na fase de educação institucional. É preciso insistir, estudar e ajudar a construir esse processo”, disse.
Métodos integrados para pagamentos mais rápidos
Reduzir custos e eliminar entraves nos pagamentos internacionais foi o tema do painel “Stablecoins reshaping cross-border payments for a faster, smarter future”. O foco do debate foi o número elevado de intermediários, os pontos de falha do sistema atual e os custos adicionais gerados por operações não integradas.
Kirill Gertman, CEO da Conduit, lembrou dos tempos em que trabalhava em um banco tradicional. Segundo ele, ordens de pagamento internacionais chegavam por fax e eram digitadas manualmente em outro computador, em outro setor da empresa. “Esse processo gerava erros de todo tipo, além de atrasos”, afirmou.
Nessa época, ele afirma ter processado bilhões de dólares e identificado falhas recorrentes. Gertman citou um exemplo: “Um banco correspondente pode cobrar US$ 10 no meio da transação. Se você emitiu uma fatura de US$ 2 milhões, mas o valor recebido foi US$ 1.990.000, o ERP ou sistema financeiro não faz a reconciliação automaticamente. Isso vira um problema operacional”.
Para contornar essas falhas, a Conduit desenvolveu uma rede que conecta diferentes métodos de pagamento e moedas, como pesos mexicanos, reais e dólares, usando stablecoins como interface. Gertman considera que o melhor caso de uso das stablecoins é entendê-las como representações digitais de moedas fiduciárias. Na prática, uma transação entre uma stablecoin brasileira e uma americana pode ser feita em segundos, com liquidação em blockchain.
“A transação acontece on-chain, de forma transparente. Qualquer pessoa pode verificar os cálculos e ver o que está acontecendo”, disse.
Ao encerrar a apresentação, Gertman destacou que a proposta da Conduit vai além da movimentação de recursos. “A gente não só move o dinheiro. A gente faz com que ele chegue.”
O post Stablecoins simplificam desde pagamentos locais até transações internacionais apareceu primeiro em PanoramaCrypto.