Stablecoins tornam transações internacionais disponíveis 24 horas por dia
Uma das principais dores – e não é só dos empresários, mas também de pessoas físicas em todo o mundo – é as restrições de horários para movimentações financeiras. As stablecoins podem resolver a questão e a boa notícia é que estão cada vez mais populares e presentes no cotidiano.
Alguns exemplos práticos são vistos em bancos e demais instituições econômicas desenvolvendo aplicações para agilizar a vida dos usuários, possibilitando movimentações financeiras nacionais e internacionais de maneira rápida, segura e descomplicada 24 horas por dia e em qualquer dia da semana por meio do uso desses ativos digitais.
Entendendo as limitações antes de resolvê-las
Há uma série de fatores que levam a estas restrições para as operações financeiras. A Lei 4.595/64 atribui ao Banco Central do Brasil (BCB) a tarefa de normalizar e supervisionar o Sistema Financeiro Nacional. Por meio de normativos da própria autarquia, bem como de resoluções do Conselho Monetário Nacional (CMN), mecanismos foram criados para que as instituições financeiras fossem capazes de controlar as suas operações.
A infraestrutura digital dos bancos era um mundo à parte, se comparada com o cenário atual. A tecnologia computacional era mais limitada, com poder de processamento inferior, e isso fazia com que processos simples, como transferências de baixo valor, tornassem-se longos e complexos.
Boa parte dos bancos usava grandes computadores centrais, conhecidos como mainframes, para armazenar e processar os dados. Embora robustos e altamente seguros, esses ecossistemas eram lentos e pouco escaláveis.
Os serviços digitais eram limitados, basicamente, a consultas de saldo e extratos. Operações mais complexas, como pagamentos e transferências, exigiam a presença dos clientes em agências bancárias.
Tendo em vista que nem todos os sistemas financeiros já foram atualizados, a legislação ainda mantém certas normas para garantir a saúde do sistema econômico nacional. No entanto, o cenário regulatório está em constante mudança para se adaptar à nova realidade.
Funcionalidade das stablecoins
As stablecoins são criptomoedas normalmente lastreadas em moeda fiduciária, como o dólar americano, o euro ou mesmo o real, a exemplo do BRZ. Diferentemente de ativos como o bitcoin e o ethereum, elas são projetadas para manter a estabilidade do preço e essa característica é importante para as aplicações de pagamentos.
Além do lastro em ativos, mecanismos algorítmicos de oferta e demanda, bem como a construção de uma cesta de diferentes ativos, podem ser empregados para manter a estabilidade.
Estas criptomoedas são construídas em blockchain, uma tecnologia de registro distribuído que funciona como uma espécie de livro-razão digital. Os dados são armazenados em cadeias de blocos, onde cada um deles contém um conjunto de informações, como dados dos usuários e movimentações financeiras.
Uma vez que um dado é registrado em blockchain, ele não pode ser alterado retroativamente. Esse mecanismo de criptografia permite que todas as informações circulem pela rede de maneira extremamente rápida e segura.
É por isso que não é necessário fazer operações em horários específicos com stablecoins. Também por essa dinâmica, as redes para a tecnologia já rodam 24 horas por dia, 7 dias por semana, naturalmente.
Um mundo financeiro integrado
Bancos e instituições financeiras em todo o mundo começaram a dar os primeiros passos para o “futuro do dinheiro” com as stablecoins. Os três maiores bancos do Japão (MUFG, SMBC e Mizuho), por exemplo, estão criando um sistema de pagamentos transfronteiriços, intitulado Project Pax. Nesses casos, stablecoins servirão de infraestrutura para agilizar as transações, permitindo que os usuários recebam valores na moeda desejada em poucos instantes.
Já o grupo bancário espanhol BBVA incorporou o USD Coin (USDC) em seus serviços de negociação de criptomoedas, assim como boa parte das exchanges. Isso permite que as operações de compra e venda, bem como as de resgate em moeda fiduciária, sejam realizadas com mais agilidade.
No Brasil, o BTG Pactual foi o primeiro banco a lançar a sua stablecoin, o BTG Dol, lastreada em dólar americano. O Itaú, o Bradesco e o Santander também estão investindo em projetos relacionados à blockchain, o que pode incluir o desenvolvimento das suas respectivas stablecoins.
Já em operação e antecipando essas tendências, o Transfero Checkout permite realizar pagamentos via cartão de crédito, PIX, boleto bancário ou mesmo stablecoins e outras criptomoedas, entregando ao comerciante o valor automaticamente convertido em Real Brasileiro. Também não há restrições de horários em relação às operações.
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