Suécia quer confiscar criptomoedas de criminosos para criar Reserva Estratégica
O Ministro da Justiça da Suécia, Gunnar Strömmer, determinou que as autoridades policiais e fiscais do país aumentem os esforços para confiscar criptomoedas e outros bens obtidos ilegalmente por criminosos. A medida quer ampliar o uso de uma legislação aprovada em novembro. O novo modelo de investigação do país permite o confisco de ativos mesmo sem a comprovação formal de um crime.
A nova legislação sueca é uma das mais rigorosas da Europa. Ela autoriza a apreensão de propriedades — incluindo criptomoedas — se houver suspeita de origem ilícita e se o suspeito não conseguir comprovar a procedência dos recursos. Desde sua implementação, cerca de 80 milhões de coroas suecas (US$ 8,4 milhões) já foram confiscadas.
Strömmer, do Partido Moderado, declarou que o país precisa aumentar a pressão contra o crime organizado. Ele destacou a necessidade de a polícia, a Agência Tributária e o Departamento de Execução de Dívidas cooperarem mais.
A ordem do ministro surge em um momento em que alguns parlamentares suecos defendem a criação de uma reserva nacional de Bitcoin utilizando criptomoedas apreendidas, a exemplo dos EUA. Dennis Dioukarev, membro do partido Democratas da Suécia e um dos defensores da proposta, afirmou à Decrypt que apoia a medida:
“Apoio todos os esforços para confiscar bens obtidos ilegalmente, a fim de combater o crime e dificultar a vida dos criminosos”, disse Dioukarev.
Reserva Estratégia de criptomoedas da Suécia
Ele ainda sugeriu que as criptomoedas apreendidas sejam transferidas para o banco central do país, o Riksbank, para formar um fundo estratégico de Bitcoin. No entanto, quando questionado sobre o destino dos ativos digitais confiscados, o gabinete de Strömmer não forneceu esclarecimentos, afirmando apenas que “não poderá responder às perguntas desta vez”.
Um relatório divulgado em setembro de 2024 pela Autoridade Policial Sueca e pela Unidade de Inteligência Financeira alertou que algumas corretoras de criptomoedas estão atuando como lavadoras de dinheiro profissionais. O documento recomendou que as forças de segurança aumentassem sua presença em plataformas de negociação para identificar e mapear provedores ilegais.
Além disso, dados do Bloomsbury Intelligence & Security Institute indicam que, em 2024, cerca de 62 mil indivíduos estavam envolvidos ou conectados a redes criminosas no país. Entre os tipos mais comum estão os traficantes de drogas e lavadores de dinheiro que utilizam criptomoedas em operações anônimas.
Com a nova determinação, a Suécia se posiciona na vanguarda do combate ao crime financeiro na Europa. O país possui uma das leis mais duras para desmantelar redes criminosas e recuperar recursos ilícitos. Enquanto isso, o debate sobre o uso de criptomoedas apreendidas — seja para financiar o Estado ou formar reservas estratégicas — continua em aberto.
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