SWIFT planeja lançar sistema de interconexão com CBDC em 2 anos
A Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (SWIFT), operadora da rede padrão que conecta bancos privados em todo o mundo, entrará no negócio de pagamentos de moeda digital do banco central (CBDC).
A instituição sediada na Bélgica anunciou planos de lançar uma plataforma CBDC que interligará diferentes moedas digitais nacionais com o sistema financeiro global.
A determinação da SWIFT vem após um piloto de seis meses para determinar a viabilidade de tal solução. O piloto foi qualificado como um sucesso e teve a participação de 38 organizações financeiras, incluindo bancos centrais, bancos privados e outros.
O chefe de inovação da SWIFT, Nick Kerigan, disse à Reuters sobre o possível cronograma para o lançamento dessa rede de interconexão, destacando que ela deve estar pronta em até dois anos.
“Estamos analisando um cronograma para transformar em produto nos próximos 12-24 meses. Estamos saindo da fase experimental em direção a algo que está se tornando realidade.”
Swift foca em CBDC
Enquanto 90% dos bancos centrais do mundo estão examinando a possibilidade de emitir versões digitais de suas moedas, apenas alguns passaram para a produção. Bahamas, Nigéria e Jamaica já lançaram seus CBDCs, enquanto a China tem um piloto avançado em andamento.
No Brasil, o Banco Central, pretende lançar o Drex, atualmente em fase de testes, até o final de 2024. No entanto, o lançamento será em fases, com a liberação de apenas algumas funcionalidades inicialmente para um público restrito.
A iniciativa da SWIFT poderia estabelecer os trilhos para um sistema de CBDC centralizado mesmo após essas moedas serem emitidas, buscando ocupar o espaço antes de seus concorrentes. Isso é possível porque os sistemas de interconexão da SWIFT são independentes da arquitetura de cada uma das moedas digitais que os utilizarão.
Outras plataformas que buscam agregar CBDCs e facilitar negociações e pagamentos com eles estão em desenvolvimento. O Projeto Mbridge, uma plataforma que agrupa moedas digitais dos Emirados Árabes Unidos, China, Hong Kong e Tailândia, alcançou um marco em janeiro, intermediando o primeiro pagamento transfronteiriço digital do dirham.