Tanssi e Symbiotic firmam parceria para appchains em 10 minutos

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Construir novas e independentes blockchains em poucos instantes, sem digitar uma única linha de código, com o nível de descentralização e segurança do Ethereum, será possível a partir do ano que vem: é o que promete a parceria entre Tanssi e Symbiotic

A Tanssi Network firmou uma parceria com a Symbiotic para tornar o processo de criação e implementação de blockchains EVM (que utilizam a máquina virtual do Ethereum) mais fácil e rápido. O protocolo Tanssi, originalmente construído sobre a rede Polkadot, será expandido para a Ethereum. O lançamento está previsto para o início de 2025.

Esta colaboração com a Symbiotic, um protocolo de restaking permissionless, permitirá que os desenvolvedores criem redes descentralizadas e altamente personalizáveis, conhecidas como appchains. Tudo isso com a robusta segurança da Ethereum.

O que é uma appchain?

celular com blocos flutuantes da tecnologia blockchain, conceito de aplicativos appchains

© – Shutterstock

É uma rede blockchain independente, desenvolvida para atender às necessidades de um aplicativo específico. As appchains são mais escaláveis, personalizáveis e eficientes do que as blockchains de uso geral, como a do Ethereum, que hospeda uma variedade de aplicativos, uma appchain é totalmente otimizada para executar uma única aplicação ou um conjunto de aplicações descentralizadas (dApps) diretamente relacionadas. Ao criá-las, os desenvolvedores têm controle total sobre:

  • O token;
  • A governança;
  • Diversos outros parâmetros da cadeia.

Em síntese, uma appchain permite uma personalização completa para atender às necessidades de todas as soluções aplicáveis.

Restaking permissionless: o que é?

O processo de restaking permissionless consiste em delegar um saldo específico staked (reservado em uma carteira específica) de criptomoedas em uma blockchain para validar as transações e, com isso, garantir a segurança da rede para outros serviços.

Não é necessário ter permissão prévia para participar deste processo: sendo assim,  qualquer indivíduo pode tornar-se um validador ou delegar o seu saldo para outro validador.

Mas como funciona na prática? Um exemplo é a Tanssi, a qual utiliza o protocolo de restaking permitionless da Symbiotic para oferecer um ambiente seguro e escalável aos desenvolvedores blockchain.

Quais as principais vantagens desta parceria?

A principal vantagem da parceria é expandir o framework para o Ethereum e oferecer não só a oportunidade de deployment de redes compatíveis com EVM (como já era oferecido na Polkadot), como também de appchains EVM nativamente, que podem ter um token ERC-20 como token base.

Além disso, com a utilização do protocolo de restaking da Symbiotic, a Tanssi garante que redes baseadas no Ethereum aproveitem a segurança compartilhada de ETH em staking, cuja liquidez ultrapassa os US$ 313,8 bilhões, segundo dados do CoinMarketCap.

Esta abordagem leva a uma maior descentralização, uma vez que oferece uma rede aberta de operadores compartilhados para a criação de blocos. Com isso, as confirmações de transações se tornam mais rápidas e deixam de estar vinculadas a um único sequenciador.

Como o desenvolvimento blockchain é simplificado?

Em vez de dedicar vários meses trabalhando em desenvolvimento, todo o processo é executado como se você estivesse instalando um aplicativo no smartphone ou no computador, por exemplo.

“Tanssi está oferecendo aos desenvolvedores uma maneira simples de criar aplicativos blockchain usando a tecnologia da Symbiotic. Esses aplicativos podem aproveitar os recursos do Ethereum e ter a funcionalidade de restaking, que permite que os usuários ganhem recompensas por manter seus tokens na rede. Isso tudo pode ser feito rapidamente e de forma fácil”, disse o chefe de ecossistema da Symbiotic, Felix Lutsch.

Desenvolvedores poderão implementar rapidamente Serviços Validados Ativamente (AVS) por meio de modelos pré-construídos e módulos. 

O cofundador da Tanssi Network e CEO da Tanssi Foundation, Thiago Rudiger, trouxe mais detalhes sobre a iniciativa em entrevista ao PanoramaCrypto:

“Estamos construindo um sistema de segurança compartilhada que vive em um AVS. Esse sistema agora é nativo da rede Ethereum – coisa que antes não existia. A gente faz na prática é viabilizar a construção de novas blockchains no Ethereum sem que seja necessária uma linha de código. Estas blockchains são como rollups, só que muito mais poderosas e customizáveis.”

Thiago Rudiger, cofundador da Tanssi Network e CEO da Tanssi Foundation

Rollups são soluções de escalonamento de segunda camada (Layer-2), projetadas para aumentar a capacidade e velocidade das redes blockchain. Elas tendem a desafogar o uso da rede principal, reduzir os custos de taxas de transação e aumentar a escalabilidade, no entanto, por diversas vezes eles podem ser bastante centralizados e não oferecem hard finality rápida, dado que, apesar das transações liquidarem muito rápido no contexto da segunda camada, pode demorar diversos dias para que essa transação seja registrada na primeira camada; neste caso, o Ethereum.

Benefícios para a inclusão financeira global

Aplicações descentralizadas são conhecidas por serem seguras, colaborativas e transparentes, sendo possível auditá-las com mais facilidade do que as centralizadas. 

“Há uma tendência no mundo das blockchains em que empresas, que antes eram totalmente centralizadas, estão abrindo uma vertical 100% descentralizada”, disse Rudiger. De fato, muitas exchanges consagradas pelos usuários, como Binance e Coinbase, criaram suas próprias carteiras e outras soluções blockchain que seguem os moldes tradicionais do ecossistema cripto. Algumas foram além e criaram até mesmo suas próprias blockchains.

As appchains também podem ser criadas para desenvolver novas linhas de receita para os desenvolvedores e diminuir os custos relacionados a transações financeiras. “Em vez de impor que usuários finais paguem a gas fee (taxa de transação) para um dado rollup, por exemplo, é possível configurar a appchain para possuir seu próprio token como base da blockchain. Portanto, quando os usuários finais pagam a taxa de transação para utilizar os serviços ofertados pela appchain, eles realizam o pagamento neste token base, abrindo uma nova linha de receita para o projeto”, exemplificou Rudiger.

Uma appchain voltada para o mercado financeiro nacional pode adequar-se de acordo com as diretrizes do governo federal, unindo o universo centralizado e regulado com o descentralizado de maneira mais natural.

O Drex, também conhecido como Real Digital, é uma versão digital da moeda brasileira, emitida e regulamentada pelo Banco Central. Embora ele ainda esteja em desenvolvimento e sem uma data de lançamento prevista, é sabido que ele será compatível com tecnologias de finanças descentralizadas (DeFi). 

“O Drex eventualmente será interoperável com o DeFi; então, obviamente, a Transfero vai querer estar “plugada” nesse sistema. A melhor forma é através de uma rede que faça esse tipo de interoperabilidade. Tem vários outros benefícios que podem ser extraídos disso para empresas de pagamento”, concluiu Rudiger.

O post Tanssi e Symbiotic firmam parceria para appchains em 10 minutos apareceu primeiro em PanoramaCrypto.

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  • 28 de Agosto, 2024