TecBan cria plataforma de tokenização para o Drex
A TecBan, empresa de tecnologia bancária, anunciou o lançamento de sua nova plataforma de infraestrutura de tokenização, chamada Nexchain. Essa iniciativa surge para facilitar o registro de ativos em blockchain por instituições financeiras.
A ferramenta será testada na segunda fase do projeto-piloto do Drex, o CBDC do Banco Central (BC). A TecBan lidera um dos 16 consórcios selecionados em 2023 para colaborar no desenvolvimento do real digital.
Embora batizada de Nexchain, a nova plataforma não é uma blockchain própria. Em vez disso, serve como uma solução para conectar empresas às blockchains de sua escolha, permitindo a oferta de ativos tokenizados.
“A plataforma está disponível para criar, baixar e subir nós na blockchain”, afirma Tiago Aguiar, superintendente executivo de produtos, novos negócios e marketing da TecBan. Ele explica que a Nexchain oferecerá custódia de ativos e chaves. Além disso, buscará facilitar a tokenização de ativos regulados e não regulados.
Aguiar compara a função da Nexchain com a do Banco24Horas, principal solução da TecBan no meio físico. Ele ressalta que, assim como o Banco24Horas eliminou a necessidade de cada banco criar sua rede de caixas eletrônicos, a Nexchain eliminará a necessidade de cada instituição financeira desenvolver sua própria equipe de tokenização e ativos digitais.
“É mais eficiente se todos puderem se conectar e criar seus nós, enquanto nós fazemos a gestão”, argumenta Aguiar.
Parceria com Personalcard e benefícios escolares
O primeiro uso da Nexchain será em parceria com a Personal Card, uma empresa de pagamento de benefícios sociais. A plataforma servirá para o pagamento de benefícios escolares em São Paulo.
Nesse projeto, um valor em tokens será disponibilizado aos estudantes da rede municipal através de um aplicativo para celular. Estudantes poderão usar o valor na compra de material e uniformes escolares.
De acordo com a TecBan, a iniciativa beneficiará 490 mil estudantes para a compra de uniformes e 519 mil para a aquisição de material escolar. Ao todo, a iniciativa movimentará aproximadamente R$ 1 bilhão. A Nexchain fornecerá a blockchain para o registro dos tokens, que funcionarão como uma stablecoin lastreada no real.
A liquidação dos pagamentos ocorrerá na moeda soberana nacional, eliminando a necessidade de obrigar os fornecedores a aceitarem criptomoeda.
O objetivo do projeto é aumentar a eficiência de custos, reduzindo os intermediários na concessão do benefício. Ao mesmo tempo, aproveitará a programabilidade permitida pelos contratos inteligentes em blockchain.
“Quando você tokeniza o dinheiro, consegue colocar parâmetros, limitando o uso para o que é indicado para o benefício”, explica a TecBan.
A moeda social da Personal Card deve chegar ao mercado em outubro. O lançamento marcará o início de um novo capítulo na história da tokenização de ativos no Brasil.