Token que homenageia John McAfee dispara 80.000%, mas é acusado de manipulação de preço
O token AIntivirus (AINTI), baseado na blockchain Solana, emergiu nas últimas horas com ganhos surpreendentes. Lançado no final de 2024, o projeto que se define uma iniciativa focada em privacidade e segurança digital, presta homenagem ao legado de John McAfee e subiu mais de 80.000% nas últimas horas.
Criador do antivírus McAfee, John faleceu em 2021 após ser preso por acusações de fraude fiscal. John, além de desenvolver um dos antivírus mais populares da internet, também era um notório defensor da liberdade, da privacidade e das criptomoedas.
Com suas falas polêmicas e visões críticas da política de vigilância dos Estados Unidos, John deixou uma legião de apoiadores das suas ideias. Alguns, em uma homenagem, criaram um projeto de Inteligência Artificial para simular John McAfee.
Alta de token levanta suspeitas
Batizado de AIntivirus, o projeto se descreve como um token voltado para serviços de privacidade descentralizada. O projeto promete uma experiência digital mais segura e privada. Além disso, os tokens do projeto garantem acesso descontado a eSIMs privados e compra de outros produtos.
No entanto, não é pelo conteúdo que o projeto está nos holofotes, mas em razão da sua alta expressiva. Nas últimas 24 horas, o projeto ganhou mais de 78.000% em valor, gerando uma série de questionamentos e especulações sobre os motivos por trás de tal desempenho.
Embora o token seja descrito como oferecendo serviços de privacidade, não há evidências claras de desenvolvimentos técnicos ou parcerias anunciadas que justifiquem o aumento de preço.
Projeto em xeque
Além disso, investigações detalhadas do usuário H3raclit3an, compiladas na série “The Sinister Case of Aintivirus”, mostram um lado sombrio e lançam sérias dúvidas sobre a legitimidade do projeto. As denúncias sugerem que a alta expressiva não se deve a fundamentos sólidos. Em vez disso, seria resultado de uma combinação de fatores altamente questionáveis.
De acordo com a investigação, Josh Case, figura central por trás do AIntivirus, tem um rastro de projetos cripto fracassados e acusações de má conduta. Desde 2017, ele foi responsável pelo lançamento e abandono de mais de 20 tokens. Case também tem relação com o nome de Adrian Daluz, uma conhecida figura conhecida por esquemas de exit scam.
Além disso, corre contra ele uma série de acusações de usar o nome de Jonh McAfee (quem o chamou de idiota em 2020), para se beneficiar. De acordo com H3raclit3an, o projeto induziu investidores do AINTI foram a trocarem tokens sem saberem que o supply cairia de 1 bihão para 100 milhões.
Suspeita de manipulação de preço
Além do mais, ele mostra que a alta expressiva pode estar sendo artificialmente construída. Isso porque, cerca de 56 carteiras desconhecidas receberam 40% do suprimento total da versão 2 do token. Essas carteiras podem estar inflando o preço para cima, atraindo possíveis vítimas, segundo o investigador.
Ele afirma que, apesar de prometer um “agente de IA” baseado em John McAfee, serviços de privacidade (eSIM, e-mail criptografado) e ferramentas anti-scam (AIntirug), nenhum desses produtos saiu do papel. O white paper também enfrenta acusações de plágio.
Conforme destacou o investigador, projeto se aproveita da imagem de McAfee para atrair seguidores. Janice McAfee (viúva de John), que controla a conta póstuma do marido no X.com e divulgou o projeto recentemente, só se envolveu após o lançamento do token. De acordo com H3raclit3an, ela se envolveu sem conhecimento prévio das práticas questionáveis dos criadores.
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