Tokenização acelera no Brasil com RWA, IA e Drex
A tokenização ganha força no mercado brasileiro à medida que avança nas frentes de RWA (Real World Assets), cartões programados para pagamentos de IA e Drex. Com uma superioridade de 56% em empresas que já são adeptas à tokenização em relação à média global, o Brasil se utiliza da convergência entre blockchain, inteligência artificial e regulação para reforçar seu protagonismo no segmento.
Enquanto a Visa lança cartões tokenizados para operar com agentes de IA, o mercado imobiliário inaugura uma bolsa de imóveis digitais, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) planeja facilitar a tokenização de ativos e o Banco Central avança nos testes do Drex.
Cartão tokenizado é oportunidade em meio a economia digital
Tendo em vista que 65% das transações feitas com a Visa no Brasil já são tokenizadas – o que coloca o país na vanguarda global em pagamentos digitais – a empresa anunciou parceria conjunta com empresas de IA para a criação de cartões tokenizados. Através do comando e autorização do usuário à agentes de inteligência artificial, o processo de compra é otimizado. Basta um pedido simples como “Compre os melhores ingressos para o jogo X, com até Y de valor” para que a ferramenta apresente a melhor opção de compra e a autorize.
Uma matéria da Cointelegraph Brasil mostrou que a tecnologia se apoia na substituição dos 16 dígitos tradicionais dos cartões por números temporários e exclusivos para cada plataforma de compra. Essa estratégia, segundo a SVP de Produtos & Inovação da Visa para a LAC, Romina Seltzer, segue o objetivo da empresa em “proporcionar uma experiência de compra inovadora e segura, aproveitando o potencial da tecnologia”.
A biometria e o armazenamento de dados criptografados também ajudam a garantir a segurança em transações feitas em ambientes digitais. Os cartões também poderão ser configurados com limites e condições específicas para reforçar ainda mais o controle sobre cada transação.
CVM favorável à RWA
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) prepara mudanças importantes para incentivar a tokenização de ativos no Brasil. Entre as ações previstas estão a revisão da Resolução CVM 88, que regula o crowdfunding, e a criação de uma norma experimental baseada em testes feitos no sandbox regulatório – criado para que empresas inovadoras operem com maior flexibilidade.
A ideia é adaptar o arcabouço jurídico à realidade da tecnologia blockchain e facilitar a emissão de tokens atrelados a ativos. Segunda a sócia do escritório Pinheiro Neto Advogados, Tatiana Guazzelli, é preciso, em primeiro lugar, reformular a regra de crowdfunding, voltada para pequenos negócios, para que se tenha o maior proveito da tecnologia.
“O regime informacional da norma foi pensado para empresas de pequeno porte que fariam emissões de ações e não para operações de tokenização de direitos creditórios ou de recebíveis, como tem acontecido agora”, explicou a executiva em matéria para o Valor Econômico.
Especialistas do setor apontam que a regulação atual precisa evoluir para permitir, por exemplo, ofertas de cotas tokenizadas de fundos e, assim, aumentar a atratividade desse mercado. Essa agenda da CVM tem como pano de fundo a crescente demanda por instrumentos financeiros digitais e a expansão do mercado de RWA.
Essa expansão, que está prevista para ganhar a primeira bolsa de imóveis tokenizados do mundo, é fruto de uma joint venture entre Netspaces e CF Inovação. A iniciativa deve permitir a negociação de frações de imóveis digitais, que resultará em uma maior democratização do acesso ao mercado e maior liquidez ao setor.
Drex pode impulsionar tokenização de ativos
Embora a tokenização não seja o principal objetivo do Drex, cuja missão é fomentar a inclusão financeira e a modernização do sistema, a moeda digital representa uma plataforma sólida para impulsionar a tokenização de ativos.
O Real Digital está, atualmente, na segunda fase de testes para garantir que seu funcionamento ocorra com a devida privacidade, segurança, conformidade com a LGPD e eficiência. Na Plataforma Drex, os serviços financeiros serão efetuados através de smart contracts que só irá concluir a transação quando todas as condições forem cumpridas.
Somado a isso, o Banco Central avalia que “com o Drex, novos prestadores de serviços financeiros e novos modelos de negócios surgirão a custos menores”. Isso se deve à automação, segurança, programabilidade e padronização dos serviços oferecidos no ambiente.
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