Tokenização imobiliária: impactos reais dentro do setor
Ter acesso ao setor imobiliário da maneira tradicional pode ser bastante caro e burocrático, o que naturalmente exclui uma boa fatia de possibilidades à maior parte da população. Em contrapartida, a tokenização imobiliária já é uma realidade e existem casos concretos de uso.
Existem algumas razões por trás deste fenômeno. As principais serão abordadas a seguir, com menções a alguns projetos já consolidados e outros que prometem crescimento ao longo dos próximos anos.
É importante mencionar que, por se tratar de um cenário dinâmico, novas iniciativas estão surgindo constantemente.
Mercado Bitcoin: um dos pioneiros do mercado brasileiro
Conhecida como uma das exchanges mais antigas do país, o Mercado Bitcoin lançou o MB Tokens: um serviço de tokenização de ativos reais (RWA). Além de utility tokens, fan tokens e NFTs vinculados a bens reais em geral, o mercado imobiliário também é vislumbrado.
O Ribus (RIB) é o primeiro utility token voltado para o mercado imobiliário brasileiro. Com uma capitalização de mercado aproximada de R$ 1,1 bilhão, ele foi emitido em 2021 e funciona como um voucher digital que dá acesso a produtos e serviços relacionados ao setor de imóveis.
Uma das vantagens dessa modalidade de investimento é que o valor de entrada é geralmente menor que o que é praticado em bolsa de valores. No momento em que este artigo foi escrito, o valor de cada token era de R$ 0,03, o que significa que, com apenas R$ 1,00, era possível adquirir uma pequena participação com cerca de 31,5 RIB.
Liqui: tokenização imobiliária entra no jogo
A plataforma de investimentos Liqui também oferece tokens RWA em sua plataforma de ativos. O objetivo da empresa é fazer com que seus usuários construam um portfólio diversificado, com foco em renda fixa digital.
Em abril de 2025, a Liqi confirmou parceria com a XDC Network para a emissão de até R$ 2,9 bilhões em RWA através da blockchain XDC. Segundo o InfoMoney, trata-se de uma das maiores operações do segmento em toda a América Latina.
Com isso, espera-se novos produtos financeiros acessíveis relacionados não somente ao mercado imobiliário, como também a outros segmentos relevantes.
BEE4: plataforma focada em empresas
A BEE4 foi a primeira empresa brasileira a conseguir licença da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para fornecer ações tokenizadas. Assim como MB e Liqi, ela oferece soluções voltadas para o mercado de tokenização imobiliária.
Pequenas e médias empresas com alto potencial de crescimento são o foco do serviço. Após passar por uma rigorosa triagem interna, projetos podem ser incorporados à plataforma, permitindo a fácil negociação de ativos virtuais relacionados a eles.
Housi: especializada no setor imobiliário
Um dos principais valores da Housi é trazer o que há de mais moderno em tecnologia para facilitar a entrada no setor. Para tanto, a empresa firmou parceria com a Netspaces, que trabalha desde 2021 no sentido de transformar o mercado imobiliário em um ecossistema 100% digital.
Dessa forma, proprietários de imóveis poderão investir seu patrimônio de maneira mais segura, rentável e simplificada. Aluguéis diários, mensais ou mesmo a compra fracionada de empreendimentos estão dentro do escopo da instituição.
Além do mais, a parceria permite que a Housi expanda os seus negócios internacionalmente. Isso significa que brasileiros que desejam investir em imóveis no exterior (e vice-versa) será uma realidade nos próximos anos.
Tokenização imobiliária cresce globalmente
Além dos exemplos nacionais, iniciativas no exterior também fomentam o segmento. O governo de Dubai lançou sua própria de tokens RWA, a PRYPCO Mint: seu objetivo é modernizar o acesso ao mercado imobiliário por meio da tecnologia XRP Ledger.
Ainda que não seja focada totalmente em imóveis, a Ondo Finance também oferece tokens RWA dentro do setor imobiliário. Goldman Sachs, Solana e BlackRock estão entre os principais parceiros comerciais da plataforma.
Isso significa que o mercado internacional está de olho na tokenização imobiliária, que apresenta franco crescimento devido à segurança e acessibilidade fornecidas pela tecnologia blockchain. Espera-se que outras iniciativas nesse sentido sejam disponibilizadas em breve, caso o aumento na liquidez dos mercados continue mostrando otimismo.
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