Turismo e mercado de luxo abraçam as criptomoedas
Durante muito tempo, as criptomoedas eram utilizadas quase que exclusivamente como reserva de valor ou outras modalidades de investimento. Mas essa realidade está mudando e, atualmente, o turismo e o mercado de luxo aceitam cada vez mais os ativos digitais como forma de pagamento.
Nichos direcionados aos usuários de alto poder aquisitivo estão desenvolvendo experiências exclusivas, reservadas aos que desejam fazer pagamentos através de suas carteiras digitais. Tesla, Gucci, Bentley e Porsche são alguns dos ícones da indústria que ingressaram nessa realidade.
Nessa linha, negócios construídos sob a tecnologia blockchain estão aproveitando a regulamentação em progresso para proporcionar segurança jurídica aos consumidores. Com isso, todas as partes são resguardadas de possíveis problemas. Mas existem alguns pontos que levam ao sucesso deste fenômeno. Conheça-os.
Parcerias estratégicas em turismo e mercado de luxo
Grandes empresas e fintechs buscam firmar parcerias com desenvolvedores blockchain para personalizar seus produtos e serviços. Por exemplo, a Aura Blockchain Consortium é um consórcio de bens de luxo criado pela grife Louis Vuitton e fornece rastreabilidade e autenticidade aos itens adquiridos, visto que o número de falsificações nesse segmento é muito alto.
Esta parceria permite aos usuários identificar a procedência dos bens, enquanto facilita os mecanismos de logística dos fabricantes e fornecedores.
Viajantes podem preparar as malas sem desembolsar papel-moeda. A plataforma Decolar, uma das maiores agências online de viagens da América Latina, está desenvolvendo soluções blockchain para otimizar seus sistemas de fidelidade. Com isso, bônus exclusivos e feitos sob medida poderão ser construídos para os clientes, permitindo uma experiência mais imersiva e satisfatória.
Além dos programas de fidelidade, os sistemas de reservas foram melhorados na TUI Group por meio da tecnologia blockchain. A descentralização dos dados garante mais transparência, segurança e acessibilidade aos públicos, independentemente da sua classe econômica.
Maksim Izmaylov, CEO do projeto Winding Tree (descontinuado em julho de 2024), trouxe um conceito diferente ao mercado de turismo: conectar diretamente hotéis e companhias aéreas, reduzindo drasticamente a necessidade de intermediários.
Embora cancelado, o projeto serviu de inspiração para a criação de marketplaces de viagens descentralizados, sistemas de identificação digital e tokens não fungíveis (NFTs) customizados. Plataformas como o Travala estão vinculadas a dezenas de milhares de estabelecimentos em todo o mundo, ampliando o leque de opções aos usuários.
Novos milionários fomentam a indústria
Muitas pessoas enriqueceram em alguns anos através do investimento em criptomoedas. A Exame fez um artigo a respeito de indivíduos que se tornaram milionários (ou mesmo bilionários) com os ativos digitais: o primeiro nome mencionado é Satoshi Nakamoto, pseudônimo por trás do bitcoin (BTC). Há cerca de 968 mil BTC em sua posse, o que vale cerca de US$ 80 bilhões, de acordo com a cotação atual.
O presidente da MicroStrategy, Michael Saylor, é mundialmente conhecido por sua postura pró-cripto e grandes aportes financeiros em criptomoedas. Boa parte da fortuna do magnata, estimada em US$ 9 bilhões, veio dos investimentos em ativos digitais. Os gêmeos Tyler e Cameron Winklevoss, donos da exchange Gemini, destacaram-se pelos aportes feitos no passado.
Segundo o The Crypto Wealth Report 2024, elaborado pela Henley & Partners, sugere que 173.200 novos cripto-milionários foram formados entre 2023 e 2024. Cerca de 85.200 deram a sorte grande investindo primordiamente em BTC.
Com um aumento de 95% dos cripto-milionários, as possibilidades de negócios em turismo e mercado de luxo se tornam cada vez mais interessantes. Trata-se de um mercado consumidor em ascensão, cada vez mais conectado com o novo dinheiro e as tecnologias emergentes.
Mudança de hábito no turismo
A Revista Dados & Informações do Turismo no Brasil trouxe à tona dados curiosos: em sua edição de 2021, o governo informou que o setor de turismo foi um dos mais afetados pela pandemia. Isso fez com que visitas online em museus e pontos turísticos se tornassem realidade. O metaverso deu passos largos durante o período, permitindo não apenas o turismo virtual, como também a compra e venda de produtos e serviços relacionados.
Indivíduos que desejam conhecer determinados destinos, mas que não possuem disponibilidade de tempo para tal podem contratar tours digitais, conversar com guias turísticos ao vivo e adquirir souvenirs que serão entregues no endereço de destino, por exemplo.
Sejam passeios presenciais ou virtuais, as carteiras físicas e o papel-moeda estão se tornando cada vez mais ferramentas do passado. As criptomoedas como meio de pagamento facilitam as negociações e evitam a necessidade de intermediários, tornando os pagamentos digitais mais facilitados.
De acordo com o Crypto Industry Report, produzido pela Sumsub, estes são os 10 destinos mais pró-cripto para turismo e mercado de luxo:
- Suíça
- Singapura
- Emirados Árabes Unidos
- Hong Kong
- Canadá
- Estados Unidos
- Ilhas Cayman
- Bermuda
- Austrália
- Panamá
As chances de encontrar estabelecimentos que aceitam cripto como meio de pagamento nestes destinos é bem maior que na maioria dos países. O grau de adoção de soluções digitais é bastante elevado, o que torna a utilização de carteiras digitais para fechar negócios mais interessante.
Algo que todos os países citados acima têm em comum é a construção de um marco regulatório favorável à inovação. Por exemplo, o Panamá está construindo uma legislação capaz de proteger os usuários contra fraudes e golpes e, até o momento, não há nenhuma espécie de tributação sobre tais movimentações.
O governo suíço possui uma regulamentação pró-cripto bastante permissiva e favorável. Ela tem servido como modelo para vários países no mundo, incluindo o Brasil. No Rio de Janeiro, o Porto Maravalley está sendo desenvolvido para construir um “hub” de empresas blockchain, o que pode afetar diretamente a performance turística do estado no longo prazo.
Um mar de possibilidades
Turismo e mercado de luxo são dois nichos que contam com a presença cada vez mais marcante de pessoas de alto poder aquisitivo. Via de regra, os milionários costumam servir como uma espécie de “bateria de testes” para determinadas tendências e tecnologias, fazendo com que opções mais acessíveis sejam desenvolvidas ao público em geral.
De toda forma, a ligação entre as novas tecnologias e os mercados de alto nível está ganhando forma e obtendo novos seguidores. Empresários interessados em explorar esses nichos não necessariamente precisam investir pesadamente para sair à frente: ideias inovadoras, capazes de reduzir custos e fronteiras entre os usuários e os comércios, podem construir uma ponte cada vez mais favorável para o ingresso na economia da Web 3.0.
Autenticidade, rastreabilidade, segurança, transparência e experiências personalizadas já são uma realidade, portanto, e tudo isso é proporcionado pela tecnologia blockchain, que faz com que os consumidores se sintam cada vez mais pertencentes às marcas, que estão apresentando novos produtos e serviços para mudar, mais uma vez, a forma como os negócios são firmados.
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