Um ano depois, Rolante se consolida como a terra do Bitcoin

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Na sexta-feira, 15 de março, o projeto brasileiro Bitcoin é Aqui completou um ano de existência. Criado pelo casal Camilla e Ricardo, o projeto deu ao país a maior comunidade que aceita Bitcoin (BTC) como moeda no mundo, na cidade de Rolante, Rio Grande do Sul. Com pouco mais de 20.000 habitantes, a cidade já conta com mais de 196 estabelecimentos que aceitam BTC.

Isso significa que Rolante possui um estabelecimento que aceita Bitcoin para cada 102 habitantes, uma média bastante elevada. Em um ano, a cidade ganhou fama nacional e a atenção de bitcoiners do Brasil, ainda mais depois do evento Bitcoin Spring Festival, que ocorreu em setembro de 2023.

Agora, a cidade tem planos ainda mais ambiciosos para aproveitar não apenas o Bitcoin, mas suas belezas estonteantes. Por isso, confira a evolução do projeto e os planos do Bitcoin é Aqui para o futuro.

Uma ascensão meteórica

Com pouco menos de 22 mil habitantes, Rolante fica a menos de 100 km da capital gaúcha, Porto Alegre, e a 70km da famosa cidade de Gramado. Além da localização privilegiada, a cidade conta com paisagens de tirar o fôlego, como as belas cachoeiras, trilhas e o Morro Grande, um monte com mais de 800 metros de altitude.

Foi esse cenário idílico que Ricardo e Camilla escolheram para fixar moradia após se mudarem da capital gaúcha. E, em seguida, foi lá que eles escolheram para consolidar sua ideia de criar uma terra do Bitcoin. No dia 15 de março de 2023, data em que o projeto teve início, a criptomoeda estava em baixa, com sua cotação valendo cerca de US$ 24.470, de acordo com o CoinGecko.

Como resultado, o cenário parecia o mais desfavorável possível para falar sobre Bitcoin. Além disso, tratava-se de uma cidade de interior, um local pouco provável para realizar uma adoção em massa. Mas a dupla seguiu firme no projeto e fez sua primeira apresentação em Rolante.

“Começamos com uma ideia vaga, permeada por inúmeras possibilidades e todas as dúvidas do mundo. Realizamos uma apresentação inicial para nossa comunidade, simplesmente explicando, ensinando sobre o Bitcoin, a rede Lightning, como utilizá-los e como poderíamos nos beneficiar de todas as vantagens que o Bitcoin proporciona a qualquer pessoa ou grupo que o adote”, explicou Camilla.

Uma das cachoeiras de Riozinho, cercanias de Rolante. Foto: Divulgação.

De acordo com a dupla, eles conduziram o projeto com foco na adoção do BTC a longo prazo, traçando metas de pelos menos cinco anos. Mas em um mês, Rolante já havia atingido a marca de 70 estabelecimentos que aceitavam BTC, assumindo a liderança no Brasil. Com dois meses de projeto, o Bitcoin é Aqui já era a maior comunidade do mundo, superando a marca de 110 estabelecimentos.

Economia circular

E quando o assunto é Rolante, a adoção lá é generalizada. De supermercados a lojas de roupas, hamburguerias e até cartórios, todos ostentam os adesivos com o B laranja característico do Bitcoin. Outro aspecto importante é a educação sobre o que é realmente o Bitcoin, o que tornou a comunidade mais protegida contra possíveis golpes.

Em um ano, Rolante passou de um experimento incomum, uma aventura, para um projeto sólido, algo que realmente veio para ficar, nas palavras do casal. No início, a meta era manter o projeto por pelo menos 6 meses, mas depois um ano, ninguém perdeu dinheiro. Muitos ousaram apostar no Bitcoin quando ele valia apenas um terço do seu valor atual.

Bitcoin na boca do povo

Outro aspecto positivo da pequena cidade é que lá, o BTC de fato funciona como moeda. Durante uma visita a Rolante no ano passado, o CriptoFácil conversou com pessoas do Reichert, maior supermercado da cidade e um dos primeiros a adotar BTC. Quando questionado sobre o que faziam com o BTC recebido nas compras, a representante do supermercado respondeu:

“Utilizamos como moeda de troca para pagar fornecedores. Aqui todo mundo recebe em Bitcoin, então podemos fazer isso sem precisar converter a moeda”.

O nível de educação das pessoas a respeito de como o BTC funciona também é um destaque. Em todos os estabelecimentos, os comerciantes utilizam as carteiras com absoluta naturalidade. Comprar um sabonete com BTC é tão natural quanto usar o Pix, e a população abraçou o BTC e os turistas que vão até lá por causa da criptomoeda.

“Quando 40% do capital político de uma localidade apoia algo, automaticamente torna-se inviável para qualquer político ir contra. Não há lógica nisso. Aprendemos que esse é o caminho e precisa ser acelerado ao máximo e levado para todos os lugares que pudermos, pois somente assim conseguiremos desacelerar e até reverter toda a liberdade que perdemos com regulamentações mal elaboradas e draconianas”, disse Ricardo.

Bitcoin Spring Festival

Em termos de densidade, aproximadamente 40% do varejo da cidade aceita Bitcoin. Praticamente todos os restaurantes, muitas farmácias, alguns supermercados, o hospital e o cartório da cidade, além de muitas outras lojas e serviços, desde a venda de painéis solares até a instalação dos mesmos. Rolante é, de fato, a Terra do Bitcoin no Sul do Brasil.

Mas o que consolidou a cidade no mapa do Bitcoin foi o Bitcoin Spring Festival, evento realizado em 30 de setembro de 2023 que movimentou a cidade. Contando com atrações musicais, palestras e painéis, o festival teve a presença de nomes ilustres da comunidade. Figuras como Diego Kolling, Caio Leta, Huberto Leal, Denny Tores e outros marcaram presença no evento.

O CriptoFácil esteve presente no festival e realizou a cobertura do evento em um camarote especial organizado pela 2GO, que contou com entrevistas com todos os participantes.

Camarote CriptoFácil/2GO no Bitcoin Spring Festival. Fonte: Divulgação.
Camarote CriptoFácil/2GO no Bitcoin Spring Festival. Fonte: Divulgação.

O evento teve o diferencial de não ter uma cara de conferência, nada formal, e sim uma aura de encontro. Foi possível ver famílias, amigos e muitos visitantes de várias partes do Brasil conferindo o festival. De fato, até o famoso economista pró-Bitcoin Saifedean Ammous, autor de “O Padrão Bitcoin”, enviou uma mensagem em vídeo para o evento que foi transmitida no telão.

Com o sucesso da primeira edição, a segunda já está confirmada e terá como data dia 19 de outubro de 2024. De acordo com Camilla, esta edição será maior e contará com várias atividades espalhadas ao longo de vários dias. Assim, os participantes poderão vir e aproveitar as belezas de Rolante e, ao mesmo tempo, conferir mais sobre a terra do Bitcoin.

“Agradecemos imensamente a todos que embarcaram nesta ideia, à CriptoFácil, que publicou a primeira matéria sobre nós e realizou a cobertura do primeiro Bitcoin Spring Festival. Este não é tanto um agradecimento dirigido a mim, mas um depoimento: tenho a honra de estar na linha de frente com pessoas tão determinadas e corajosas, pessoas que não esperam que as coisas aconteçam, mas que assumem a liderança e buscam maneiras de fazer mais”, encerrou Camilla.

 
 
 

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  • 17 de Março, 2024