White paper é o primeiro passo para a transparência no universo cripto

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Em 2008, Satoshi Nakamoto publicou o white paper do bitcoin, um documento que mudaria a maneira como o mundo enxerga transações financeiras e tecnologias descentralizadas. Essa documentação técnica, de apenas nove páginas, detalhou um sistema de pagamento eletrônico ponto a ponto, sem a necessidade da intermediação de uma instituição financeira.

Os white papers, já utilizados no meio acadêmico e no setor tecnológico, passaram a fazer parte do universo cripto com a contribuição de Satoshi Nakamoto, pseudônimo do criador do BTC. De maneira geral, o documento se propõe a explorar, de forma aprofundada, um determinado tema, e pode servir como um guia detalhado para a solução de um problema, caso seja esse o caso. 

O fato é que a produção intitulada de “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System” serviu como modelo para outras moedas digitais. No caso da Ethereum, desencadeou em novas aplicações como os smart contracts, que foram possibilitados graças à rede blockchain.

Informações de um white paper

Os white paper exibem um conjunto de informações relevantes para a compreensão da tecnologia e como ela pode ser usada para solucionar um problema específico. 

Ao comparar o do BTC com de outras moedas digitais, notam-se similaridades. O white paper da Ethereum, por exemplo, apresenta resumidamente o conceito do projeto, características e proposta de solução. Então, em ambos os casos, é fornecido uma espécie de introdução e contextualização que, ao mesmo tempo, explica e justifica o estudo do artigo. Os projetos, portanto, costumam seguir a estrutura a seguir.

  • Introdução: se dedica a apresentar a proposta, expor os motivos que levaram a elaboração de tal produto, bem como os benefícios deste.
  • Aprofundamento técnico: trata minuciosamente do funcionamento da moeda para que os usuários, investidores, desenvolvedores ou outras partes interessadas possam ter a clareza da operação e do potencial.
  • Conclusão e referencial teórico: parte final do texto que se propõe a fazer um apanhado geral do conteúdo e a divulgar os estudos que embasaram a publicação.

Com o desenvolvimento do ecossistema cripto, os white papers das criptomoedas também evoluíram. Eles estão mais detalhados, apresentando não apenas as características técnicas, mas também os modelos de governança e estrutura econômica dos projetos. Para acessá-los, o usuário pode recorrer aos sites das empresas emissoras dos criptoativos ou sites de buscas na internet.

Credibilidade e transparência 

Quando um novo projeto de criptomoeda é lançado, o white paper serve como o primeiro contato dos desenvolvedores do ativo com o público. Portanto, ele deve ser claro em relação ao propósito e os benefícios esperados. Nesse sentido, o documento se torna um dos principais indicadores de seriedade e lisura no mercado cripto. 

Essa prática ajuda o projeto a ganhar a confiança da comunidade e dos investidores. Entretanto, apesar de um white paper ser bem estruturado e tecnicamente sólido, ele não garante o sucesso de uma criptomoeda. O que se pode aferir é que esse é o primeiro passo para demonstrar a legitimidade e o compromisso que o desenvolvedor tem com a proposta.

Em um ambiente de crescente regulamentação, os white papers também podem ser usados para atestar a conformidade com as exigências legais, garantir maior clareza e preservar a segurança jurídica.

Esse caráter transparente dos white papers, que passa pela implementação e operação com riqueza de detalhes técnicos, afasta o projeto daqueles que priorizam o aspecto de marketing e prometem soluções sem uma base técnica sólida.

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  • 22 de Outubro, 2024